Na próxima década, a população de pessoas que sobreviveram ao câncer com mais de 65 anos de idade vai aumentar cerca de 42%. “Podemos esperar um crescimento dramático no número de idosos que vivem com o câncer ou que carregam uma história da doença”, diz Julia Rowland, diretora da divisão de controle de câncer do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos. “Câncer é basicamente uma doença relacionada ao envelhecimento da população. Por isso, precisamos nos preparar para esse aumento”, afirma.
As informações foram obtidas a partir da análise de dados de vigilância e epidemiologia do Instituto Nacional do Câncer. Os dados foram publicados na edição de outubro do Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, um periódico científico que faz parte da Sociedade Americana para Pesquisa em Câncer.
Segundo a pesquisa, em 1971, a população que sobreviveu ao câncer foi de aproximadamente três milhões de pessoas. O número aumentou para 12 milhões em 2008. Em 2008, 60% dos sobreviventes de câncer tinham pelo menos 65 anos de idade. O número irá aumentar para 63% em 2020, segundo projeções do Instituto Nacional do Câncer.
Entre os tipos mais comuns relatados pelos sobreviventes estavam o câncer de mama (22%), de próstata (20%) e câncer colorretal (9%). Os pesquisadores atribuem a maior taxa de sobrevivência nesses grupos por conta de uma melhor detecção e triagem. O câncer de pulmão, que é o mais diagnosticado entre homens e mulheres, teve uma taxa muito menor na população sobrevivente, com 3%.
Segundo Rowland, a comunidade de saúde precisa se preparar para o aumento de sobreviventes de câncer, que vai apresentar grandes desafios. Com uma população mais velha, é preciso aumentar o número de médicos especializados em geriatria e oncologia. “Podemos ser mais felizes a medida que o envelhecimento da população é mais saudável que em gerações anteriores. As novas tecnologias poderão permitir uma melhor comunicação e acompanhamento”, diz.