Número de crianças com tuberculose pode ser 25% maior que o estimado
Estudo utilizou um novo modelo matemático para determinar a incidência da doença em 22 países, entre eles o Brasil
A incidência de tuberculose em crianças no mundo pode ser 25% maior do que o estimado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), revelou um estudo publicado no periódico The Lancet Global Health na terça-feira.
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Título original: Burden of childhood tuberculosis in 22 high-burden countries: a mathematical modelling study
Onde foi divulgada: periódico The Lancet Global Health
Quem fez: Peter J Dodd, Elizabeth Gardiner, Renia Coghlan e James A Seddon.
Instituição: Universidade de Sheffield, na Inglaterra.
Resultado: Com um novo modelo matemático, cientistas estimaram que anualmente há 650 000 novos casos de crianças com tuberculose em 22 países, entre eles o Brasil, 25% acima do estimado pela OMS
Segundo o novo cálculo, mais de 650 000 crianças desenvolvem tuberculose anualmente em 22 países com alta incidência da doença – entre eles o Brasil. A estimativa da OMS para 2012, número mais recente, era de 530 000 novos casos.
Além disso, o estudo sugere que cerca de 15 milhões de crianças são expostas à tuberculose a cada ano. “Nosso estudo realça a oportunidade de se começar um tratamento preventivo com antibiótico para as 15 milhões de crianças com menos de 15 anos que vivem na mesma casa que um adulto com tuberculose infecciosa”, diz Peter Dodd, líder do estudo e professor da Universidade de Sheffield, na Inglaterra.
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Modelo matemático – Para estimar a taxa de infecção da doença em crianças, os pesquisadores se basearam em dados como prevalência de tuberculose em adultos, variabilidades sociais e epidemiológicas dos países analisados. Os resultados mostraram que cerca de 7,6 milhões de crianças menores de 15 anos foram infectadas pela bactéria da tuberculose em 2010 e, entre elas, 650 000 desenvolveram a doença – 27% delas na Índia.
“A tuberculose em crianças corresponde a uma fração substancial do total de casos da doença, mas é muitas vezes ignorada. Quantificar a taxa de tuberculose em crianças é importante porque sem bons números não há como estabelecer metas de melhoria, acompanhar tendências e incentivar a indústria a investir em medicamentos ou diagnósticos mais apropriados para os jovens do que os disponíveis hoje”, diz Dodd.