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Novos remédios para a dor de cabeça incluem até adesivo corporal com minicomputador

Em até dois anos, novos formatos de drogas já conhecidas prometem aumentar a eficácia dos tratamentos

Por Aretha Yarak, de Gramado
13 out 2010, 10h17

O patch carrega do lado externo um microcomputador e uma bateria. Essa tecnologia seria o suficiente para que, ao se eletrificar, uma corrente iônica introduza o remédio na pele, aliviando a crise da enxaqueca sem causar vômitos

Nos próximos dois anos, remédios já conhecidos para a dor de cabeça, como o sumatriptano e a diidroergotamina, estarão à venda nas farmácias não apenas em comprimidos, mas na forma até hoje inédita de spray oral e de adesivo corporal (patch) com um minicomputador embutido. Ainda em fase de aprovação pela FDA (agência que regulamenta os remédios nos Estados Unidos), esses medicamentos representarão uma opção a mais para o tratamento de pacientes em crise aguda e que não respondem bem aos tratamentos convencionais. “É importante que existam drogas que não precisem ser absorvidas pelo tubo digestivo, porque durante a crise o estômago fica paralisado e incapacitado de corresponder a isso”, diz Fernando Kowacs, presidente do 24º Congresso Brasileiro de Cefaleia, em Gramado, no Rio Grande do Sul.

Já disponível para tratamentos em comprimido, spray nasal e injeção, o sumatriptano (substância usada nos remédios mais modernos contra a dor de cabeça) costuma causar, ou piorar, os quadros de náuseas durante uma crise de enxaqueca. Mas uma pesquisa em fase final de aprovação acaba de lançar um formato inovador. Um patch criado para ser usado na pele promete uma penetração rápida, mas não em uma concentração tão elevada a ponto de causar efeitos colaterais – como acontece frequentemente com as injeções. Apesar de ser bem fino, o patch carrega do lado externo um microcomputador e uma bateria. Essa tecnologia seria o suficiente para que, ao se eletrificar, uma corrente iônica introduza o remédio na pele, aliviando a crise aguda da enxaqueca sem causar vômitos. “É um material muito sofisticado, sem risco algum de queimadura, por exemplo. O máximo que pode acontecer é uma vermelhidão no local onde ele estava preso”, afirma o americano Alan Rapoport, professor de neurologia da Universidade da Califórnia, que participou da fase de testes do patch.

A outra novidade vem por via oral. Mais eficaz do que seu similar nasal, o spray de diidroergotamina é absorvido pelos pulmões (e não pelo nariz) reduzindo drasticamente as ocorrências de náusea. “Metade das pessoas que tomam esse remédio por via intravenosa [a forma mais aceita na maioria dos países], passam mal e podem acabar vomitando. Com o spray oral, apenas 4% tem náusea e somente 0,5% desses acabam vomitando”, diz Rapoport. A droga é hoje a mais indicada para o processo tardio da enxaqueca, quando já nenhum outro medicamento tem resultado satisfatório. Na maioria das vezes, o paciente, em crise há horas ou dias, tem de procurar um hospital para ser medicado. “Com esse spray, o remédio vai estar esperando pela pessoa em casa”, diz Rapoport. Nova droga – Em fase final de liberação pelo FDA, a droga telcagepant deve ser a única substância inédita para a enxaqueca nos próximos anos. O remédio é bastante similar aos já conhecidos triptanos no tratamento da dor de cabeça, mas com um ponto positivo a mais: ele não é vaso constritor (não contrai veias e artérias). Isso significa que ele poderá ser indicado a pacientes que tiveram ataques cardíacos ou derrames, que têm problema com a artéria coronariana ou em vasos sanguíneos. “Com essa droga, que deve estar no mercado nos próximos dois anos, será possível prevenir a dilatação das veias e a transmissão dos sinais da dor no cérebro”, diz Rapoport.

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