Um novo dispositivo médico, ainda em fase de testes, pode reduzir a pressão arterial em hipertensos que não respondem aos tratamentos convencionai. A conclusão é de um estudo publicado na quinta-feira no periódico The Lancet.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Central arteriovenous anastomosis for the treatment of patients with uncontrolled hypertension (the ROX CONTROL HTN study): a randomised controlled trial
Onde foi divulgada: periódico The Lancet
Quem fez: Melvin D Lobo, Paul A Sobotka, Alice Stanton, John R Cockcroft, Neil Sulke, Eamon Dolan, entre outros
Instituição: Universidade Queen Mary de Londres, na Inglaterra, entre outras
Resultado: O dispositivo Coupler reduziu a pressão arterial em hipertensos que não respondem aos tratamentos convencionais
Batizado de Coupler e fabricado pela ROX Medical,o dispositivo consiste em um implante do tamanho de um clipe inserido na virilha. O procedimento requer anestesia local e demora 40 minutos para ser concluído.
Os pesquisadores recrutaram 83 hipertensos europeus que não respondiam ao tratamento com três tipos de remédios. Deles, 44 receberam o implante. Os demais foram tratados com os medicamentos. A queda da pressão arterial foi mais “significativa e duradoura” nos pacientes que receberam o implante. Além disso, essas pessoas tiveram menos complicações e internações decorrentes de crises de pressão alta.
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Efeito colateral – O aspecto negativo do Coupler foi que 29% dos pacientes relataram inchaço nas pernas. Na maioria dos casos, o problema foi resolvido com um stent — uma prótese metálica.
De acordo com o principal autor do estudo, Melvin Lobo, professor da Universidade Queen Mary de Londres. ainda é cedo para aplicar a técnica em pacientes. “Mais estudos são necessários para avaliar os efeitos do Coupler a longo prazo, entender seu mecanismo e seu grau de segurança.”
Fontes: Luiz Bortolotto, presidente do departamento de hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia e diretor da unidade hipertensão do Instituto do Coração (Incor), em São Paulo; Luiz Guilherme Velloso, cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo; e Miguel Moretti, cardiologista do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, em São Paulo.
(Da redação de VEJA.com)