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Nova vacina contra tuberculose promete ser mais eficaz que a BCG

Cientistas trocaram gene que permite à bactéria enganar o sistema imunológico

Por Da Redação
4 set 2011, 19h28

“Os animais que viveram por mais de 200 dias ficaram totalmente livres da bactéria, algo nunca visto antes”

William Jacobs, autor do estudo e professor de microbiologia e imunologia e genética da Faculdade de Medicina Albert Einstein

Pesquisadores da Faculdade de Medicina Albert Einstein, da Universidade Yeashiva, em Nova York, desenvolveram uma vacina contra a tuberculose que provou ser segura e eficaz em testes com animais. O mais interessante na pesquisa, que foi publicada na edição online do periódico Nature deste domingo, é a maneira como a vacina foi criada.

A pesquisa buscava determinar como a bactéria conseguia enganar o sistema imunológico e provocar a doença. Os testes iniciais foram feitos usando a bactéria Mycobacterium smegmatis, diferente da que causa a tuberculose em humanos, a Mycobacterium tuberculosis. A M. smegmatis é usada nos testes por ser uma espécie próxima à M. tuberculosis e por ser letal em ratos, mas inofensiva aos humanos.

Os cientistas criaram uma versão da M. smegmatis sem um ‘pacote’ de genes chamado ESX-3, essencial para que a bactéria passe ilesa pelo sistema imunológico do hospedeiro. Injetada em altas concentrações nos camundongos, a bactéria sem o ESX-3 não conseguiu iludir as células de defesa do organismo, que acabaram com a infecção.

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Mas o mesmo artifício não funcionou quando o ESX-3 foi retirado da M. tuberculosis. A saída encontrada foi tirar o pacote ESX-3 da M. tuberculosis e inserir na M. smegmatis. Essa M. smegmatis alterada novamente funcionou levando o corpo a combater a infecção. Oito semanas depois, os camundongos receberam altas doses de M. tuberculosis – capaz de matar tanto os animais como os seres humanos. Resultado: os camundongos vacinados viveram por mais 135 dias, contra 54 dos não-vacinados. “Os animais que viveram por mais de 200 dias ficaram totalmente livres da bactéria, algo nunca visto antes”, afirmou William Jacobs, autor do estudo e professor de microbiologia e imunologia e genética da Faculdade de Medicina Albert Einstein.

O próprio professor Jacobs, contudo, ressalta o fato de que apenas um a cada cinco camundongos apresentou uma boa resposta do sistema imunológico, indicando que a mais pesquisas precisam ser feitas antes da vacina ser considerada eficaz. “Não sabemos se ela vai funcionar em humanos, mas com certeza é um passo significativo na busca por uma vacina mais eficiente contra a tuberculose.”

A vacina BCG (Bacille Calmette-Guérin) contra a tuberculose é usada em seres humanos desde 1921, mas sua eficácia sempre foi questionada. Ela é bastante eficiente em evitar a tuberculose miliar, que gera a meningite tuberculosa, uma inflamação das membranas que revestem a medula espinhal e o cérebro, mas pouco eficaz contra a forma pulmonar da doença. Por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose mata 1,7 milhão de pessoas.

A pesquisa é importante por, além de tentar criar uma forma de imunizar as pessoas contra a tuberculose pulmonar, ter a possibilidade de ser a base de vacinas contra a lepra e outras formas agressivas de bactérias.

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