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Nova ferramenta associa os tipos de Alzheimer à taxa de declínio cognitivo

Tecnologia utiliza dados 3D para localizar emaranhados tóxicos de proteínas Tau, associadas à progressão da doença

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 Maio 2024, 17h42 - Publicado em 21 Maio 2024, 12h37

Uma nova ferramenta desenvolvida por pesquisadores da Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos de inovação na prática clínica, educação e pesquisa nos Estados Unidos, associa os tipos de doença de Alzheimer à taxa de declínio cognitivo. Os resultados são mostrados em um estudo publicado em abril na JAMA Neurology.

Segundo os pesquisadores, a ferramenta de índice corticolímbico, que atribui um escore à localização de emaranhados tóxicos de proteínas Tau, associadas à doença de Alzheimer por danificarem as células nas regiões cerebrais, mostra uma série de alterações de aspectos clínicos únicos e comportamentais das células imunológicas.  Por meio de dados tridimensionais de várias áreas do cérebro afetadas pela condição, a tecnologia permite que médicos e cientistas obtenham uma melhor compreensão sobre as distintas experiências das pessoas com Alzheimer.

“Nossa equipe encontrou diferenças demográficas e clínicas notáveis entre sexo, idade no início dos sintomas e taxa de declínio cognitivo”, diz a Melissa Murray, neuropatologista translacional da Mayo Clinic da Flórida e autora do estudo.

Como funciona?

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Segundo a organização, a ferramenta classifica os casos da doença de Alzheimer em três subtipos, de acordo com a localização das alterações cerebrais. No estudo, os pesquisadores analisaram amostras de tecido cerebral de quase 1.400 pacientes com doença de Alzheimer, doados entre 1991 e 2020.

Para verificar o valor clínico da tecnologia, foi feita ainda uma investigação com participantes do estudo submetidos a neuroimagem enquanto ainda estavam vivos – o que possibilitou aos pesquisadores observarem os resultados do índice corticolímbico, condizentes com as alterações no hipocampo detectadas pela ressonância magnética (RM) e as alterações no córtex mostrdas pela tomografia por emissão de pósitrons Tau (Tau-PET).

“O índice corticolímbico é um escore que pode incentivar uma mudança de paradigma em direção à compreensão da individualidade dessa doença complexa e ampliar nossa perspectiva. Ao combinar nossa experiência nas áreas de neuropatologia, bioestatística, neurociência, neuroimagem e neurologia para abordar a doença de Alzheimer de todos os ângulos, fizemos avanços significativos na compreensão de como ela afeta o cérebro”, explica Murray.

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O estudo dá continuidade a um trabalho anterior, que já demonstrou como essas mudanças afetam as pessoas de diversas formas. Os próximos passos serão traduzir essas descobertas na prática clínica, dando aos radiologistas e outros especialistas médicos acesso à ferramenta de índice corticolímbico.

“Ela pode ajudar os médicos a determinar a progressão da doença de Alzheimer nos pacientes e melhorar o seu manejo clínico”, afirma a pesquisadora, acrescentando que planejam mais pesquisas de utilização dessa ferramenta para identificar áreas do cérebro resistentes aos efeitos tóxicos da proteína Tau. “Este estudo marca um passo significativo em direção aos cuidados personalizados, oferecendo esperança para terapias futuras mais eficazes”, finaliza.

No Brasil, cerca de 1,7 milhão de pessoas vivem com alguma forma de demência, com 100 mil novos casos diagnosticados por ano e cerca de 55%, com 60 anos ou mais, acometidos pelo Alzheimer. No mundo, as doenças neurológicas  afetam 3,4 bilhões de pessoas.

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