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Nos Estados Unidos, teste de triagem genética ajuda mães mais velhas a decidir sobre implante de embriões

Por The Denver Post
25 out 2010, 12h37

Para mulheres como Raquel Johnston, o novo teste foi uma dádiva. Ela lutou por anos antes de viajar para o Colorado no ano passado. Dois meses atrás, Raquel deu à luz os gêmeos Toby e Zoe

Um teste de rastreamento genético cada vez mais popular nos Estados Unidos está oferecendo uma nova esperança a mulheres mais velhas que tentam engravidar por meio de fertilização in vitro. O procedimento, oferecido por três clínicas de fertilização no estado do Colorado, examina as células dos embriões com cinco dias de idade para determinar quais têm mais chances de gerar bebês plenamente saudáveis.

Especialistas em fertilidade dizem que o novo teste, que avalia um número maior de cromossomos, é significativamente mais promissor para mulheres próximas dos 40 anos. E isso pode ser mais seguro para os embriões, que são testados hoje com apenas três dias de vida. “É como se tivéssemos voltando o relógio biológico para as mulheres entre 38 e 42 anos”, diz William Schoolcraft, diretor e fundador do Centro de Medicina Reprodutiva do Colorado.

Para mulheres como Raquel Johnston, o novo teste foi uma dádiva. Ela lutou com problemas de fertilidade por anos antes de viajar para o Colorado no ano passado, para passar pelo testes oferecido na clínica de Schoolcraft. Dois meses atrás, Raquel deu à luz os gêmeos Toby e Zoe. “Fiquei muito mais segura ao confirmar que os embriões eram cromossomicamente normais”, disse Raquel, uma contadora de Nova York.

“De onze embriões, seis estavam normais. Escolhemos dois, para ter gêmeos, e ainda temos quatro congelados. Não sabemos ainda se vamos ter outro bebê. Os gêmeos são mais do que suficientes para nós no momento.” A triagem, conhecida como hibridização genética, não garante a gravidez. Mas os médicos estão animados com os sucessos recentes.

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‘Barulho’ – O Centro de Medicina Reprodutiva, que começou a oferecer o procedimento em 2007, informa que, dos 269 pacientes que o utilizaram, 197 engravidaram. No total, 172 bebês nasceram saudáveis, 17 mulheres ainda estão grávidas e houve oito abortos. O procedimento estará entre os temas discutidos, esta semana, na conferência da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.

“Com certeza, isso vai gerar algum barulho”, disse Mandy Katz-Jaffe, diretora do Centro de Medicina Reprodutiva e uma das palestrantes da conferência. Esse barulho pode vir das dúvidas sobre o procedimento – cujos testes não apontam apenas problemas de saúde, mas também informações detalhadas sobre características físicas, pois o embrião é mais plenamente desenvolvido. Isso poderia abrir as portas para questões éticas.

Candidatos a pais já podem escolher se querem implantar meninos ou meninas. Com a seleção genética mais sofisticada, eles são capazes de escolher um embrião de olhos azuis e outras características físicas? Até agora, a informação não foi usada para aconselhar os pais sobre questões que vão além do gênero e da saúde, dizem as clínicas, mas é possível que isso possa ocorrer em outros lugares.

Ainda assim, alguns estão preocupados com o destino dos embriões que não se desenvolverão. “Eles faziam a triagem antes para Síndrome de Down, por isso a questão real é saber se eles informaram a família que um embrião tem a síndrome ou se descartam esse embrião no laboratório”, disse Edward McCabe, diretor do Instituto Linda Crnic para Síndrome de Down na escola de medicina da Universidade do Colorado.

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Rastreamento – Especialistas em fertilidade afirmam que permitem que os futuros pais tomem essa decisão. “Isso não é eugenia”, disse Mark Bush, um dos médicos que utilizam a técnica. A seleção genética para fertilização in vitro está disponível desde o início dos anos 1990, quando o teste retirava uma célula de um embrião de três dias. O procedimento examinava de sete a onze cromossomos em busca de anormalidades, incluindo a Síndrome de Down.

Um embrião de três dias tem apenas oito células, e elas podem evoluir para qualquer tipo de célula no embrião ou na placenta. Ninguém sabe se usar uma dessas células pode prejudicar o embrião. Agora eles rastreiam essas células, examinando todos os 23 pares de cromossomos em busca de anormalidades que possam resultar em falhas de implantação, aborto e embriões com alterações cromossômicas.

“Com o embrião com cinco dias, posso pegar seis células da placenta, com informações mais claras e precisas do que células de um embrião de três dias”, disse Bush. “Se há quatro embriões, posso dizer ao casal: ‘Vocês têm uma menina normal normal no tubo de ensaio 1, um menino normal no 2 e uma trissomia – um indicador de Down no 3’.” O custo é alto. Cerca de 5.000 dólares, que podem chegar a 15.000 dólares. E não é automaticamente coberto pelos planos de saúde.

Ainda assim, muitas pacientes que tiveram abortos espontâneos e problemas de concepção estão dispostas a pagar por um teste que pode significar a diferença entre um novo aborto e a chance de finamente ter seu bebê. Uma desvantagem: por vezes, nenhum dos embriões é viável. Isso também é uma informação valiosa, disse Bush.

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