Nomeação de diretor da ANS vai parar na Comissão de Ética da Presidência
Casa Civil pediu que o órgão analise a situação de Elano Rodrigues Figueiredo, que assumiu uma das diretorias da agência. No currículo enviado ao governo, ele omitiu que já teve vínculo com duas empresas de plano de saúde
A Casa Civil pediu nesta segunda-feira que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República analise a situação do advogado Elano Rodrigues Figueiredo, que tomou posse de uma das diretorias da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na última sexta-feira. Segundo reportagem publicada no jornal O Globo, Figueiredo omitiu em seu currículo enviado ao governo e ao Senado a informação de que já trabalhou para planos privados de saúde – ele foi diretor jurídico da HapVida, empresa que atua no Nordeste, e advogado da Unimed, de acordo com o jornal.
No ofício enviado à Comissão de Ética, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pede que o órgão avalie os conflitos de interesse que podem estar envolvidos na nomeação de Figueiredo.
Segundo a reportagem de O Globo, Figueiredo foi diretor da HapVida “pelo menos desde 2006”. A empresa é a 18ª na lista da ANS com os planos que recebem a maior quantidade de queixas. O advogado é diretor adjunto da ANS desde março de 2012. Essa função, porém, não exige que o profissional passe por uma sabatina, como é o caso de seu novo cargo.
Senado – Em entrevista ao jornal, a senadora Ana Amélia (PP-RS), relatora da indicação do advogado para a ANS na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, disse que mantém o relatório e seu parecer favorável a Figueiredo. De acordo com a senadora, Figueiredo chegou a informá-la de que já havia trabalhado em planos de saúde privados, mas ela não considerou existir problema em relação a isso.
Figueiredo disse a O Globo que não colocou no currículo informações sobre empregos nos planos de saúde privados por uma questão de sigilo profissional e pelo fato de haver “documentos dessas empresas que me impedem, inclusive, de informar o nome delas no currículo público”.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) enviou nessa segunda-feira uma carta à Comissão de Assuntos Sociais do Senado pedindo a anulação da nomeação de Figueiredo, que foi aprovada em 11 de julho.