O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esclareceu nesta quarta-feira, 18, os critérios utilizados pela pasta para distribuição de vacinas contra a Covid-19. Segundo Queiroga, a partir de agora, a logística de distribuição de vacinas contra Covid-19 destinadas à aplicação da primeira dose levará em conta a taxa de vacinação dos estados. Aqueles com menor índice vacinal serão priorizados para garantir que todas as unidades da federação terminem a aplicação da primeira dose em setembro, como planejado pelo governo.
“O Ministério da Saúde tem o compromisso de fazer essa distribuição com equidade para que todos consigamos chegar ao final da campanha de imunização no mesmo tempo e aí planejarmos como será o amanhã, após o fim da pandemia. “, disse Queiroga.
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O ministro ressaltou que isso não representa uma mudança na metodologia do Plano Nacional de Operacionalização (PNO), que determina a entrega de vacinas aos estados, e que a nova logística foi discutida e aprovada pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde). O esclarecimento é uma resposta ao governo de São Paulo, que acusou o Ministério da Saúde de enviar ao estado uma quantidade menor de vacinas da Pfizer em relação ao que o estado teria direito e de ter mudado os critérios de entrega sem justificativa prévia aos estados.
“Nós conversamos com o Dr. Jean Gorinchteyn [secretário de Saúde de São Paulo] e mostramos que, segundo os cálculos do Ministério da Saúde, havia uma entrega por parte do Instituto Butantan [fornecedor da CoronaVac] para o estado de São Paulo maior. Então buscou-se conseguir essa entrega maior […] descontando em vacinas Pfizer. Posteriormente, nós chegamos a um entendimento que quando há uma entrega maior em função de um determinado imunizante, esse desconto deve ser feito com relação a esse mesmo imunizante”, explicou Queiroga.
Queiroga destacou que a campanha de vacinação avançou mais rápido em São Paulo porque o estado concentra uma grande parcela da população classificada como grupo prioritário, incluindo idosos e profissionais de saúde. “São Paulo não recebeu mais doses do que deveria, recebeu a quantidade de doses adequada para o grupo prioritário. O que a gente precisa fazer agora é calibrar isso para que todos os estados recebam também de forma adequada a imunização de todos os brasileiros”, disse o secretário-executivo Rodrigo Cruz.
No entanto, logo após a declaração de Cruz, o ministério voltou a afirmar que o governo paulista recebeu cerca de 300.000 doses a mais do Instituto Butantan. No entanto, o governo paulista nega a acusação. Para Queiroga, trata-se apenas de uma divergência de entendimento.
“Enquanto falamos aqui dessas doses que hipoteticamente o Instituto Butantan distribuiu a mais para o governo do estado de São Paulo, eu, pessoalmente, por conhecer o secretário Jean Gorinchteyn, o próprio Dr. Dimas Covas [diretor do Butantan], eu descarto qualquer tipo de conduta de má fé. É apenas uma questão de divergência de entendimento. E o que a gente está falando aqui são milhares de doses, quando na realidade já distribuímos mais de 200 milhões de doses de vacina. Ou seja, todo esse questionamento é por um motivo fútil porque é um percentual mínimo em relação ao que o governo federal já distribuiu”, concluiu o ministro.
Alteração do prazo da segunda dose
Queiroga também criticou os estados que estão reduzindo o intervalo entre as doses da vacina da Pfizer antes de uma orientação formal do Ministério da Saúde a esse respeito. Ele voltou a afirmar que a pasta avalia a redução do período entre as duas injeções de 12 semanas, para 21 dias, conforme consta na bula. Mas qualquer decisão a esse respeito só será tomada após a conclusão da aplicação da primeira dose em todos os adultos, prevista para setembro.
Apesar da declaração do ministro, o governo do estado de São Paulo afirmou nesta quarta-feira, 18, que irá adotar o novo intervalo na campanha de vacinação estadual.