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Merck autoriza produção de genéricos de remédio contra a Covid-19

Em estudos, antiviral oral molnupiravir reduziu em 50% risco de hospitalização ou morte pela doença em pacientes com risco de agravamento de sintomas

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 out 2021, 15h51

A farmacêutica MSD anunciou nesta quarta-feira 27, que assinou um acordo de licenciamento isento de royalties com o Medicines Patent Pool (MPP), organização sem fins lucrativos apoiada pelas Nações Unidas, para permitir que outras empresas fabriquem versões genéricas do molnupiravir, pílula antiviral para tratamento oral contra a Covid-19. Desenvolvido com a Ridgeback Biotherapeutics, trata-se de um medicamento experimental, mas muito promissor, ainda sob análise da Food and Drugs Administration (FDA). Caso obtenha a autorização da agência reguladora, que considera liberá-lo para uso emergencial, o remédio poderá ser produzido livre de royalties e vendido a baixo custo em 105 países de baixa e média renda, especialmente na África e Ásia.

Além da liberação dos royalties, a permissão inclui a transferência da tecnologia da MSD para a produção do medicamento que, segundo a farmacêutica, reduziu pela metade a taxa de hospitalizações e mortes em pacientes com a doença. Ao saberem disso, as nações desenvolvidas, incluindo os Estados Unidos, correram para tentar negociar acordos que permitissem a compra da droga em grande escala, antes mesmo de ser aprovada pelas reguladoras. No entanto, foram levantadas preocupações de que os países pobres ficariam sem acesso ao medicamento, como tem acontecido com as vacinas. “Esta é a primeira licença voluntária e transparente de uma tecnologia médica para a Covid-19 voltada para a saúde pública”, disseram MSD e o MPP em comunicado.

Segundo Charles Gore, diretor do Pool de Patentes de Medicamentos, o remédio poderá ser usado fora dos hospitais e potencialmente será muito barato. Ele disse também que desde o anúncio da iniciativa, mais de 50 empresas, de todas as regiões em desenvolvimento do mundo, já procuraram a organização para obter uma sublicença. “Do ponto de vista científico, a indústria fez um trabalho realmente brilhante – primeiro, fornecendo as vacinas e agora, os tratamentos. Mas esse lado do acesso decepcionou.” Gore adiantou ainda que a Pfizer também está em negociações com a organização para sua pílula antiviral em fase final de testes.

A Merck havia dado licença para oito grandes fabricantes de medicamentos indianos. “Mas temíamos que a produção em apenas uma região não fosse suficiente para garantir o acesso rápido ao medicamento em todo os países pobres”, disse Jenelle Krishnamoorthy, vice-presidente de política global da Merck. Foi mais um incentivo para a farmacêutica entrar em negociação com o MPP, que ao possuir profunda experiência em trabalhar com uma rede de fabricantes globais de medicamentos, pode atender a padrões de alta qualidade, incluindo aqueles exigidos para a pré-qualificação da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Sabíamos que tínhamos que trabalhar mais rápido, fazer coisas que não tínhamos feito antes, tínhamos que ser mais eficientes”, acrescentou Janelle.

O maior problema, porém, é que assim como as licenças que a Merck emitiu para os fabricantes indianos, o acordo do pool de patentes exclui a maioria das nações de renda média como a China e a Rússia – atualmente o local com situação mais grave relacionada à Covid-19.

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