Médico cubano é afastado acusado de superdosagem
O cubano, que atua na Bahia, prescreveu uma dosagem de dipirona quase quatro vezes maior do que a recomendada a um bebê de um ano e dez meses
O médico cubano Isoel Gomez Molina, integrante do programa Mais Médicos, foi afastado nesta quarta-feira das funções pela Secretaria de Saúde de Feira de Santana (Bahia). Molina é acusado de prescrever uma superdosagem de dipirona, que é analgésico e antitérmico, para um bebê de um ano e dez meses. A criança, porém, não chegou a ser medicada na quantidade indicada por ele.
A denúncia de má atuação foi feita por outra médica da cidade, que atendeu o bebê em uma policlínica e pediu para ver a receita que havia sido passada por Molina. No documento, ele recomenda que sejam ministradas 40 gotas do medicamento ao bebê, quem pesa 10,2 quilos – na própria bula do remédio, a indicação é que a dose seja de uma gota por quilo.
A receita foi levada à direção da unidade e repassada para a secretaria, que instaurou sindicância para apurar o caso, junto com a Secretaria Estadual e o Ministério da Saúde. As apurações, de acordo com o órgão, vão durar até 30 dias, período no qual Molina ficará afastado.
A mãe da criança, a diarista Gilmara Santos, porém, afirma que Molina não errou. “Ele explicou que seria uma gota por quilo do meu filho, só errou na hora de escrever a receita”, alegou, durante um protesto de moradores da região na frente do posto de saúde no qual o médico trabalha, pedindo o retorno dele, na manhã desta quinta-feira.
De acordo com Gilmara, como a febre do filho continuou após o uso do medicamento, ela decidiu procurar a policlínica. Segundo a secretaria municipal, trabalham na cidade 12 integrantes do Mais Médicos. O órgão ainda afirma que, por causa da ocorrência, eles passarão por um treinamento, no fim de semana, com profissionais do Sistema de Assistência Farmacêutica da cidade.
(Com Estadão Conteúdo)