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Herpes zoster: doença teve alta incidência na pandemia e tem prevenção

Conhecida como cobreiro, enfermidade apresenta pequenas bolhas dolorosas. É mais comum em pessoas acima de 50 anos e com sistema imune enfraquecido¹,²,³

Por Abril Branded Content
2 set 2022, 13h26

Estima-se que um em cada três adultos vai desenvolver herpes zoster em algum momento da vida.¹ De acordo com a dra. Maisa Kairalla, geriatra e presidente da comissão de imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), é possível afirmar, inclusive, que 98% da população tem o vírus que desencadeia a doença.

A doença funciona da seguinte forma: o paciente tem contato com o varicela-zóster, o mesmo vírus da catapora, que fica adormecido no organismo. Quando reativado, ele surge como o herpes zoster.1,2 “O herpes zoster nada mais é do que a reativação do vírus adquirido na infância. Ele permanece latente em algumas regiões do sistema nervoso e pode ser reativado, dependendo de algumas alterações do sistema imune. Essa reativação é mais frequente com o aumento da idade, acometendo pacientes com mais de 50 anos, aqueles que são imunossuprimidos, ou seja, possuem algum tipo de deficiência imunológica ou que estão fazendo algum tratamento que possa deprimir o sistema imunológico”, explica o dr. Jessé Reis Alves, infectologista e gerente médico de vacinas da farmacêutica GSK.

Também conhecido como “cobreiro”, o herpes zoster tem sintomas como dores no trajeto dos nervos, formigamentos, sensação de agulhadas, adormecimento, ardor e coceiras no local afetado, febre e dor de cabeça. O tratamento é feito com antivirais2 e, segundo a dra. Maisa, pode ser desafiador para quem é acometido por ele. “O herpes zoster é conhecido por ser muito doloroso e, dependendo do quadro, pode atrapalhar a qualidade de vida, podendo afetar até a saúde mental.”

Uma experiência dolorosa e prolongada

Para Thaïs Thedim, de 80 anos, a experiência com a doença, infelizmente, tem sido traumática. Em maio de 2021, ela começou a sentir um desconforto nas costas que parecia ser uma dor muscular. “Como eu estava isolada, por conta da pandemia, comecei a mexer em papelada, organizar a casa, e passava muito tempo em uma posição ruim para a coluna. Por isso achei que pudesse ter dado um mau jeito”, diz.

A fonoaudióloga, aconselhada por sua médica ortopedista por telefone, passou a tomar medicamentos para dor, mas nada adiantava. A dor piorou e, depois de passar duas vezes em consulta, o diagnóstico foi feito. “Foram 15 dias de dor constante e intensa. Eu passava as noites acordada, andando de um lado para o outro e chorando. Quando o tratamento começou, minha lesão já havia avançado e estava pegando parte do seio direito”, relembra.

A lesão, mencionada por Thaïs, é uma erupção unilateral, que, como explica a geriatra, é um dos primeiros sinais do herpes zoster e que muitas vezes é subestimada pelos pacientes, prejudicando o diagnóstico precoce. “Se a doença for diagnosticada nas primeiras 72 horas, as chances de um tratamento, feito com antivirais, ser bem-sucedido são maiores. Ainda assim, há riscos de ocorrerem complicações”, ressalta.

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Complicações da doença

As complicações da doença podem incluir disseminação do vírus, infecções bacterianas e comprometimento de funções, como equilíbrio, deglutição e movimentos.1,2 A complicação mais comum é a neuralgia pós-herpética (NPH), uma dor persistente no local que pode durar por meses ou anos.2,5,6,7

No caso de Thaïs, as sequelas da doença já duram mais de um ano. “A neuralgia era para ter passado em dois meses, no entanto ainda está aqui. Às vezes, parece que está um pouco melhor, mas não sei se já me acostumei com a dor. Meu maior medo é que ela fique comigo até o fim da vida”, desabafa a paciente.

A fonoaudióloga, que sempre foi independente, relata que, por conta das complicações do herpes zoster, hoje, não raramente, precisa de ajuda para concluir tarefas do dia a dia. “Eu perdi massa muscular, fiquei sem andar e, por causa de crises de tremores que tenho, já levei dois tombos. Minha vida nunca mais foi a mesma.”

O dr. Jessé explica que a condição pode mesmo ser prolongada e que não há uma garantia de quanto tempo as complicações podem durar. “A dor é descrita como lancinante pelos pacientes. O tratamento vai durar enquanto houver dor e, em muitos casos, fazemos uma prescrição combinada de medicamentos para conseguir aliviar um pouco os sintomas”, diz.

Por terem relação direta com a queda da imunidade, os casos de herpes zoster têm tido maior incidência por conta da pandemia de Covid-19.3 Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) revelou um aumento de 35,4% nos casos notificados da doença durante a pandemia.

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Outra pesquisa, feita pela GSK, nos Estados Unidos, com adultos a partir de 50 anos, mostrou que aqueles que foram infectados pelo coronavírus tinham risco aumentado em 15% de desenvolver herpes zoster. Em pacientes hospitalizados por causa da Covid-19, o risco foi 21% maior.4

Como praticamente toda a população já teve contato com o vírus que desencadeia a doença, a dra. Maisa Kairalla explica de maneira categórica que a única prevenção contra o herpes zoster é a vacinação. “O centro de controle de doenças americano, o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), aponta que um terço das pessoas terá a doença ao longo da vida. E, quanto mais velho, maior a chance de ter. Apenas a vacinação é capaz de prevenir”, pontua.

 

Referências:

  1. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Prevention of Herpes Zoster. Recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). Disponível em: https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr5705a1.htm. Acesso em: 08 jul 2022.
  2. Herpes (Cobreiro). Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/h/herpes-cobreiro-1. Acesso em: 08 jul 2022.
  3. MAIA CMF et al. Increased number of Herpes Zoster cases in Brazil related to the COVID-19 pandemic. International Journal of Infectious Diseases, v. 104, p. 732-3, 2021.
  4. OXFORD ACADEMIC. Open Forum Infectious Diseases. Increased Risk of Herpes Zoster in Adults ≥50 Years Old Diagnosed With COVID-19 in the United States. Disponível em: https://academic.oup.com/ofid/article/9/5/ofac118/6545460. Acesso em: 08 jul 2022.
  5. LAL H et al. Efficacy of an Adjuvanted Herpes Zoster Subunit Vaccine in Older Adults. New England Journal of Medicine, v. 372, n. 22, p. 2087-96, 2015.
  6. CUNNINGHAM AL et al. Efficacy of the Herpes Zoster Subunit Vaccine in Adults 70 Years of Age or Older. New England Journal of Medicine, 375(11):1019-30, 2016.
  7. KATZ J; MELZACK R. Pain control in the peroperative period, measurement of pain. Surg Clin North Am, v. 79, n. 2, p. 231-52, 1999.

Material dirigido ao público geral. Por favor, consulte o seu médico. Modelo: NP-BR-HZX-JRNA-220002. Agosto/2022.

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