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Heparina reduz em 78% o risco de morte por complicações da Covid-19

Estudo mostra que o anticoagulante diminui risco se administrado assim que o paciente chega ao hospital com sinais de insuficiência respiratória

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 out 2021, 17h34

Um estudo publicado última edição do British Medical Journal, periódico científico referência para a medicina, mostra que o anticoagulante heparina reduz em 78% o risco de morte por complicações da Covid-19 se administrado em dose terapêutica assim que o paciente chega ao hospital com sinais de insuficiência respiratória. “Acreditamos que esses resultados devem mudar a prática clínica”, disse a médica Elnara Negri, coautora do artigo e integrante das equipes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) e do Hospital Sírio-Libanês.

Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda para esses casos apenas uma dose profilática do fármaco indicado para prevenir a trombose, que é quatro vezes menor que a dose terapêutica. A pesquisadora ressalta, porém, que a recomendação não vale para qualquer pessoa diagnosticada com a doença. “O tratamento é indicado apenas para quem for internado e somente sob supervisão médica. Se uma pessoa tomar anticoagulante sem necessidade ou orientação pode sangrar até morrer”, alertou a médica.

O ensaio clínico foi feito com 465 pacientes de ambos os sexos, com idade média de 60 anos atendidos em 28 hospitais de seis países, entre eles o Brasil, que deram entrada no hospital com saturação de oxigênio igual ou inferior a 93%. O objetivo foi avaliar o efeito da heparina sobre vários possíveis desfechos da infecção pelo novo coronavírus. Além de redução na mortalidade, o estudo buscou observar se o tratamento diminuiria a necessidade de ventilação não invasiva, de intubação e de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Os voluntários foram divididos em dois grupos, um tratado com a dose terapêutica e outro com a dose profilática (grupo controle). Os efeitos foram avaliados 28 dias após a administração do remédio. “Não vimos diferença expressiva em termos de necessidade de internação em UTI, de ventilação não invasiva ou de intubação. Mas o número de mortes foi significativamente menor no grupo que recebeu a dose terapêutica. E a ocorrência de sangramentos importantes, que foi o principal efeito adverso observado no estudo, foi muito baixa. Ou seja, a terapia é segura”, explicou a pesquisadora. Os resultados mostram também que a heparina deve ser administrada entre o sétimo e o décimo quarto dia após o início dos sintomas. Pesquisas anteriores já haviam mostrado que a administração de anticoagulantes não tem impacto relevante quando é feita após a internação em UTI. Os benefícios foram observados apenas com o uso de heparina injetável. Anticoagulantes ministrados por via oral não surtiram efeito. “Isso possivelmente se deve ao fato de esse fármaco também ter efeitos antivirais e anti-inflamatórios já confirmados no contexto da COVID-19. A boa notícia é que se trata de uma droga barata e disponível no SUS”, concluiu.

Com Agência Fapesp

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