A queda da temperatura e o destaque que a gripe suína ganhou no noticiário nacional têm aumentado o movimento nos pronto-socorros (PS) de pelo menos dois grandes hospitais particulares de São Paulo. São eles o Sírio Libanês, cujo pronto-atendimento recebeu 30% mais pacientes em junho deste ano, na comparação com o mesmo período de 2008, e a Beneficência Portuguesa, que registrou um crescimento de 16,9% na procura pelo PS. Já o Hospital Infantil Menino Jesus, da rede municipal de saúde, registrou recuo de 43% no fluxo de pacientes – de 5.313, em junho do ano passado, para 3.000, no mesmo mês deste ano.
“É normal neste período do ano haver um acréscimo na busca por serviços de saúde, por conta das gripes em geral, que são estimuladas pelo frio. Mas, neste ano, também houve aumento por conta da gripe H1N1. A divulgação na mídia resulta em um maior alerta”, diz Fernando Ganem, gerente-médico do Pronto-Atendimento do Hospital Sírio-Libanês. “Pessoas que não iriam até um pronto-socorro num cenário normal acabam procurando ajuda.”
O gestor administrativo do PS da Beneficência Portuguesa, William Ferreira, tem a mesma opinião. Para ele, frio e gripe suína são as causas do maior fluxo de pacientes no hospital neste ano. “Em junho, até três pacientes vinham ao hospital todos os dias com receio de ter contraído a doença. Na última terça [dia seguinte à morte do caminhoneiro gaúcho Vanderlei Vial, 29, vítima do vírus H1N1], foram 14.”
Apesar da proliferação da gripe suína pelo país, Ganem afirma que não há motivo para pânico e repete a recomendação dada pelo Ministério da Saúde. “Pessoas que acabaram de chegar de países com grande número de casos da doença ou que travaram contato com possíveis portadores do vírus devem procurar um serviço de saúde, caso apresentem sintomas como febre, dor no corpo e tosse.” De acordo com o médico, as pessoas que merecem mais atenção são idosos, crianças abaixo de dois anos e pacientes com baixa resistência.