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Filtros solares: produtos protegem até 90% menos do que dizem os rótulos

O estudo, realizado por um pesquisador brasileiro, analisou seis tipos de fotoprotetores. A versão em pó foi a que teve o pior resultado

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 nov 2019, 15h33 - Publicado em 7 nov 2019, 12h23

Nos últimos anos surgiram diversos tipos de protetor solar. Tem protetor com cor que também protege contra a poluição e em diferentes formatos: em pó, spray, bastão, creme, gel, loção etc. Mas será que todos protegem da mesma forma? Um estudo brasileiro mostrou que não.

Publicada recentemente no conceituado British Journal of Dermatology, a pesquisa, liderada pelo farmacêutico e pesquisador Lucas Portilho, avaliou a quantidade aplicada dos diferentes tipos de produtos com proteção solar pelos consumidores e o quanto de proteção eles conferiam. As formas de protetores testadas foram: em loção, fluido, bastão, pó compacto, pancake (uma base facial, que tem um aspecto mais cremoso e é bem viscoso e pesado) e mousse.

Mais de 100 voluntárias participaram da pesquisa que inicialmente avaliou a quantidade real usada pelas consumidoras e, posteriormente a proteção solar que de fato essa quantidade oferecia. “Identificamos que a proteção solar está diretamente relacionada com o tipo de produto. Com exceção da loção facial, todos os outros tipos apresentaram menos de 50% da proteção original, chegando em valores alarmantes, como o pó compacto, que apresentou 90% a menos de proteção”, afirma Portilho.

As formas pancake e pó compacto foram as piores: “Não protegem nem contra raios UVB e nem contra raios UVA. As formas de bastão, mousse e fluido ficaram muito abaixo do valor declarado na rotulagem”, diz o pesquisador. É provável que a melhor forma seja em loção. A resposta talvez esteja associada ao fato de o produto não ser nem tão viscoso e tampouco muito fluido. “O protetor quando é muito fluido espalha melhor na pele, mas isso não significa que a quantidade utilizada será correta. Quando o produto é muito pesado ou viscoso, as pessoas tendem a aplicar menos”, explica o pesquisador.

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Confira abaixo os resultados:

Produto FPS declarado na rotulagem FPS real*
Pó compacto facial FPS 30 FPS 2,1
Pancake facial FPS 30 FPS 6,9
Bastão facial FPS 45 FPS 22,1
Mousse facial FPS 30 FPS 15,3
Fluido facial FPS 35 FPS 15,4
Loção facial FPS 30 FPS 20,4

*baseado na quantidade real que os consumidores aplicam

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Mas como isso pode acontecer? A resposta está na quantidade aplicada. “Quando um protetor solar é lançado, o teste de eficácia é baseado em uma quantidade padronizada do produto. Na vida real, o consumidor não sabe quanto aplicar e utiliza a quantidade que julga ser suficiente e, em geral, está longe de ser a ideal. Por isso, a maioria dos produtos que oferece proteção solar não entrega a proteção descrita na rotulagem”, explica Lucas Portilho.

De acordo com a pesquisa, no geral, as pessoas usam 0,15mg/cm² de um pó compacto com proteção solar, quando a recomendação de fotoproteção é de 2mg/cm². “Ao aplicar de forma errada um protetor, o consumidor se acha apto para se expor ao sol, o que ele não sabe é que grande parte da radiação está passando e que o DNA da pele pode estar em risco, podendo levar ao desenvolvimento de câncer de pele”, diz o Portilho.

E qual é a quantidade ideal? Para o rosto, o recomendado é uma quantidade equivalente a de uma colher de café cheia ou uma colher de chá rasa. O Instituto de Cosmetologia de campinas lançou uma campanha onde é usada uma mini-balança, que pode ser comprada na internet por um valor inferior a 20 reais, onde o consumidor pode pesar a quantidade correta de protetor para o rosto todo. Essa quantidade deve variar entre 0,5 e 1,0 grama de produto.

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Na ausência de uma balança, a forma ideal de garantir uma maior proteção é dar preferência a produtos na forma de loção, com FPS alto: 60 ou 70. “O FPS mínimo para proteção recomendado pela é de 30, mas pensando que raramente aplica-se a quantidade correta, o que implica em uma queda considerável da proteção, a recomendação é optar por um FPS maior”, alerta Portilho.

O farmacêutico ainda ressalta que protetor solar na forma de pó ou pancake nunca deve ser a única forma de proteção. “Eles devem ser usados em conjunto a outros protetores, pois utilizados de forma isolada não protegem a pele”, finaliza.

Filtro solar com cor

Os filtros solares com cor tornaram-se aliados de muitas mulheres, que encontraram no produto uma forma de proteger a pele e conferir uma cor e cobertura uniforme sem a necessidade de usar dois produtos diariamente. Mas eles são eficazes? Sim. E além de protegerem contra os danos do sol, esse tipo de produto também confere proteção contra a luz invisível ao formar uma barreira física na pele.

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De acordo com a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, a luz visível é um perigo para a pele. “Presente na nossa rotina diária, ela é capaz de promover, a médio e longo prazos, um quadro de eritema subcutâneo, suficiente para gerar a presença das sunburn cells (ou células que sofreram alterações importantes pela radiação ultravioleta, apresentando degeneração no seu DNA e que aumentam o risco de câncer)”, explica. Além disso, tanto a luz visível quanto o infravermelho atuam no estímulo da melanogênese, resultando em manchas.

Por que usar filtro solar diariamente?

O filtro solar é um item mandatório no nosso dia a dia, pois estamos frequentemente expostos ao sol. Mas se você faz parte do grupo de pessoas que acredita que só precisa usa-lo na praia ou na piscina – tem gente que não usa nem nessa ocasiões – confira abaixo os danos que a radiação solar pode causar.

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O sol emite dois tipos de radiação: UVA e UVB. A primeira é o principal responsável pelo envelhecimento precoce (manchas e rugas), sendo um tipo de radiação que atravessa nuvens, vidro e epiderme e penetra na pele em grande profundidade, até as células da derme – sendo o principal produtor de radicais livres. Os prejuízos incluem desde lesões mais simples até câncer de pele.

Já a segunda é responsável pelos danos visíveis. É ela que deixa a pele vermelha e queimada, danifica a epiderme e é mais abundante entre às 10 da manhã e às 16h. “Mas já nos primeiros 20 minutos de exposição solar, a radiação é capaz de reduzir nossas defesas da pele, em um dano que vai perdurar”, afirma a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Para estar protegido, é preciso aplicar um filtro solar de FPS 30 (no mínimo) no corpo todo, sem qualquer vestimenta, trinta minutos antes da exposição solar e reaplica-lo a cada duas horas.

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