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FDA aprova novo medicamento para tratar tipo agressivo de câncer na tireoide

A droga, ainda não aprovada no Brasil, é destinada a pacientes que apresentam metástase e sintomas clínicos da doença

Por Da Redação
30 nov 2012, 18h45

O Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que regula medicamentos e alimentos, aprovou, nesta quinta-feira, uma nova droga para tratar o carcinoma medular da tireoide, um tipo raro, mas agressivo da doença que pode ter metástase (se espalhar para outras partes do corpo). Segundo resultados de um estudo feito com o remédio, chamado Cometriq (princípio ativo, cabozantinibe), da Exelixis, a medicação retarda a progressão da doença e pode até diminuir o tamanho dos tumores em alguns casos.

Opinião da especialista

Ana Amélia Hoff

Endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo

“Um dos motivos pelos quais essa aprovação é importante é que o câncer de tireoide está aumentando cada vez mais. Isso ocorre, em parte, porque os exames são capazes de diagnosticar a doença em estágios mais precoces. Porém, há algum outro fator que ainda é desconhecido.

Além disso, as opções de tratamento para pacientes com esse tipo do câncer eram muito restritas. Ter outra droga além do vandetanib que ajude doentes com metástase é essencial para dar mais opções de tratamento ao paciente. Ele pode não responder a um dos remédios, mas ter sucesso com outro.

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No entanto, precisamos entender que o cabozantinibe não é indicado para todas as pessoas com carcinoma medular da tireoide, mas sim para aqueles que, depois da cirurgia, apresentaram metástase e têm sintomas clínicos da doença. Há pessoas que, depois da cirurgia, apesar de não serem curados, não manifestam esses sintomas.”

Este é o segundo medicamento para tratar o câncer medular da tireoide que o FDA aprova em dois anos. Em abril de 2011, a agência havia liberado a comercialização do vandetanib. De acordo com Richard Pazdur, diretor do Escritório de Produtos de Hematologia e Oncologia do FDA, a decisão reflete o esforço da agência americana em buscar novas formas de combater doenças raras. “Antes das aprovações, os pacientes com essa doença, que é difícil de ser combatida, tinham opções muito limitadas de tratamento”, disse em comunicado.

O carcinoma medular de tireoide representa cerca de 5% dos casos de câncer de tireoide. Embora não seja comum e seja agressivo, não é o tipo mais raro ou mais invasivo da doença. Quando o paciente recebe o diagnóstico da condição, ele passa por uma cirurgia que retira a sua tireoide. No entanto, apenas menos da metade dessas pessoas conseguem ser curadas completamente com a operação, segundo Ana Amélia Hoff, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês que esteve envolvida nos estudos em torno da nova droga. O restante dos pacientes pode permanecer com a doença, mas sem metástase ou então ter o câncer espalhado para lugares como fígado, ossos e pulmão e manifestar sintomas clínicos, como dores ou fraturas.

É para esse último grupo de pacientes que tanto o cabozantinibe quanto o vandetanib são recomendados. Embora eles tenham a mesma finalidade, que é impedir o crescimento tumoral, eles atuam por meio de vias diferentes e provocam efeitos colaterais diversos. Até a aprovação dessas duas drogas, esses pacientes não tinham uma opção muito específica de tratamento. “Nós recorremos à quimioterapia convencional ou a tratamentos específicos para cada região do corpo afetada”, diz Hoff.

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Estudo – A última fase dos testes clínicos do cabozantinibe foi feita com 330 pacientes que tinham câncer medular de tireoide. Parte desses indivíduos recebeu o remédio e o restante, doses de placebo. Os resultados mostraram que os participantes que receberam o cabozantinibe viveram uma média de 11,2 meses sem apresentar crescimento tumoral, enquanto esse tempo foi de quatro meses entre aqueles que receberam placebo. Além disso, 27% dos pacientes tratados como medicamento apresentaram uma redução no tamanho do tumor em um período de 15 meses. Não houve, porém, diminuição entre o grupo do placebo.

Ainda de acordo com essa pesquisa, os efeitos adversos mais comuns da droga foram diarreia, inflamação da boca, dores, perda de peso, perda de apetite, náuseas, fadiga, aumento da pressão e constipação. De acordo com Ana Amélia Hoff, nem todos os pacientes respondem a esse medicamento, então os benefícios dele devem ser avaliados em cada paciente de forma individual.

Brasil – O cabozantinibe ainda não foi aprovado no Brasil. Porém, a outra droga do tipo, o vandetanib, foi aprovada recentemente e deve passar a ser comercializada assim que os preços forem fixados. Não há previsão de preço, mas o medicamento é muito caro. Na Europa, o tratamento com a droga custa entre 4.000 e 5.000 euros por mês, de acordo com Hoff.

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