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Falta de sono já pode ser considerada uma epidemia

Estimativa aponta que até 5% da população sofre de sonolência durante o dia

Por Natalia Cuminale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2016, 16h38 - Publicado em 9 out 2010, 00h05
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  • A sonolência durante o dia pode ser causada por motivos médicos: desde distúrbios do sono, como a apneia e a narcolepsia, até problemas respiratórios.

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    Dormir bem é para poucos. Em São Paulo, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto do Sono da Unifesp, 77% dos moradores sofrem de algum problema relacionado ao sono. Uma estimativa menos precisa que a pesquisa da Unifesp afirma que 5% da população brasileira tem sonolência durante o dia – o que se reflete diretamente no trabalho e está levando empresas a adotarem medidas para amenizar o problema. Mas este número pode ser maior. “Considerando que, por exemplo, atualmente 20% da população economicamente ativa trabalha à noite e que essas pessoas sofrem de privação de sono e têm sonolência diurna, podemos ter números muito maiores”, diz o médico Flávio Aloé, coordenador do Laboratório do Sono do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP).

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    São números como esses que estão nos transformando em uma nação de insones. A ponto de fazer a falta de sono já ser considerada um problema de saúde pública. “A privação do sono é considerada um problema epidemiológico”, afirma Dalva Poyares, neurologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Precisamos dormir mais do que efetivamente dormimos. Geneticamente, não estamos preparados para dormir menos”, alerta Dalva.

    Uma hora a menos – Há quem consiga sobreviver dormindo apenas cinco horas por noite – ou menos. Mas, em geral, o brasileiro dedica sete horas diárias ao sono, o que ainda está abaixo do recomendado. E essa hora perdida traz consequências. “Dormir uma hora a menos todas as noites, por exemplo, tem um impacto direto na vida da pessoa”, explica Stella Tavares, neurofisiologista do Hospital Israelita Albert Einstein e autora do livro Durma Bem, Viva Melhor.

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    Além de ter o desempenho comprometido, por conta das dificuldades de prestar atenção e se concentrar, a pessoa tende a ficar mais irritada, impulsiva. A longo prazo, uma pessoa que costuma dormir menos que precisa pode ter problemas no coração, ganho de peso, alterações hormonais e comprometimento imunológico.

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    Sono reparador – Os especialistas lembram que o sono considerado de qualidade é aquele que revigora e que restabelece as energias. Porém, dormir a quantidade de horas necessárias nem sempre significa dormir bem. “Sabemos que dormimos bem quando acordamos com a disposição de enfrentar o dia que vem pela frente – e não quando despertamos com sono”, esclarece Ricardo Monezi, psicobiólogo do Instituto de Medicina Comportamental da Unifesp.

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    Para aqueles que passam mais tempo em volta de uma máquina de café do que da própria mesa no escritório, um alerta: “O uso contínuo de estratégias para se manter acordado pode indicar que a pessoa está com algum problema. Ela pode estar tentando encobrir algo que não está normal”, afirma Stella.

    Se não por privação parcial do sono, a sonolência durante o dia pode ser causada por motivos médicos. Desde distúrbios do sono, como a apneia e a narcolepsia, por problemas respiratórios e até por hábitos de vida, como o excesso de café na noite anterior.

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    O problema é que os médicos ainda não dão atenção necessária ao problema. Quem diz isso é um médico. “É verdade que a classe médica está mais informada que a classe leiga, mas ainda estamos longe do ideal. Nas consultas, o médico não pergunta se você dormiu bem. Ele não faz isso porque nunca aprendeu que deveria perguntar isso ou porque ele não sabe para onde deve encaminhar o paciente, dependendo da resposta que ouvir”, alerta Aloé.

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