Um simples exame de sangue pode revelar a gravidade da Covid-19 e o risco de morte pela doença. De acordo com estudo publicado recententemente na JAMA Network Open, um marcador padrão dos exames de sangue de rotina pode servir como um alerta sobre o prognóstico da Covid-19.
Trata-se do marcador chamado “amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos (RDW, na sigla em inglês)”. Basicamente, quanto maior a variação no tamanho dos glóbulos vermelhos, pior o prognóstico do paciente. O resultado do teste RDW de um paciente com Covid-19 “foi altamente correlacionado com a mortalidade do paciente, e a correlação persistiu ao controlar outros fatores de risco identificados, como idade do paciente, alguns outros testes de laboratório e algumas doenças pré-existentes”, disse Jonathan Carlson, do Massachusetts General Hospital em Boston, coautor do estudo, ao site especializado WebMD.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram exames de sangue de mais de 1.600 pessoas que estavam internadas em quatro hospitais de Boston entre março e abril, com diagnóstico positivo para o novo coronavírus. Os resultados mostraram que os pacientes com RDW acima do normal na data de admissão no hospital tinham um risco de morte 2,7 vezes maior do que os pacientes cujos resultados dos testes de coronavírus que estavam na faixa normal. No geral, 31% dos pacientes com resultados de teste RDW acima do normal morreram, em comparação com 11% daqueles com valores considerados normais.
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Além disso, se essa taxa estava normal na admissão, mas começava a subir lentamente durante a internação, isso se correlacionava com um aumento no risco de morte. “O RDW é medido rotineiramente e pode ser útil para priorizar pacientes para intervenção precoce e agressiva e gerenciar o uso de recursos hospitalares locais”, escreveram os autores.
Ainda não está claro como essa alteração impacta na piora do desfecho da Covid-19. Essa será justamente a próxima etapa para os pesquisadores. “Essas descobertas podem apontar para novas estratégias de tratamento ou identificar melhores marcadores de gravidade da doença”, disse Aaron Aguirre, cardiologista e médico intensivista do MGH e médico intensivista, ao site especializado WebMD.