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Estudo sugere novas abordagens para tratar a esclerose múltipla

Segundo pesquisa alemã, a transfusão de determinadas células do sistema de defesa pode ser opção de terapia para essa e outras doenças autoimunes

Por Da Redação
17 ago 2012, 11h08
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  • Uma descoberta feita por pesquisadores da Universidade Johannes Gutenberg, na Alemanha, pode ajudar a compreender os mecanismos pelos quais a esclerose múltipla, uma doença autoimune cuja causa é desconhecida e para a qual não há cura, atinge uma pessoa. Segundo os especialistas, as células dendríticas, que pertencem ao sistema imunológico e que antes foram apontadas como uma das causadoras da condição, além de não desencadear o problema, podem ainda proteger um indivíduo contra a esclerose. Essas conclusões foram relatadas em um artigo publicado nesta semana no periódico Immunity.

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    CONHEÇA A PESQUISA

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    Título original: Dendritic Cells Ameliorate Autoimmunity in the CNS by Controlling the Homeostasis of PD-1 Receptor+ Regulatory T Cells

    Onde foi divulgada: periódico Immunity

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    Quem fez: Nir Yogev, Friederike Frommer, Dominika Lukas, Ari WaismanSee e outros

    Instituição: Universidade Johannes Gutenberg, Alemanha

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    Resultado: As células dendríticas, do sistema imunológicos, não ajudam a desencadear a esclerose múltipla e podem contribuir para uma melhora da resposta autoimune. Portanto, é possível que a transfusão dessas células em pacientes com a doença possa ajudar no tratamento dessas pessoas.

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    Os pesquisadores explicam que a esclerose múltipla é desencadeada quando os linfócitos T, glóbulos brancos do sistema imunológico, são ativados. Sabe-se que quem ativa esses linfócitos são determinadas células apresentadoras de antígenos (APC), que são reconhecidas pelos próprios linfócitos T. As células dendríticas são APC, mas não era totalmente certo se elas eram do tipo que provoca a doença, como apontou outros estudos.

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    De acordo com essa nova pesquisa, o que ocorre é o contrário. Em testes feitos com camundongos suscetíveis à esclerose múltipla, os cientistas retiraram as células dendríticas dos animais. Eles observaram que, mesmo assim, eles continuaram predispostos à doença e ainda apresentaram piores respostas autoimunes e uma maior incidência de outras doenças. “Nossas descobertas sugerem que as células dendríticas mantêm a imunidade sob controle. Portanto, transferir essas células a pacientes não só com esclerose múltipla, mas também com outras doenças autoimunes, pode ser uma nova forma eficaz de tratá-los”, diz Ari Waisman, coordenador do estudo.

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    Opinião do especialista

    Luiz Domingos Melges

    Neurologista e membro da Academia Brasileira de Neurologia

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    “A esclerose múltipla ocorre quando os linfócitos T, células do nosso sistema de defesa, ficam ‘contaminados’ e, em vez de proteger o nosso organismo, invadem o sistema nervoso central, passam a agredi-lo e provocam diversos sintomas relacionados ao mau funcionamento dos neurônios.

    Essa doença é muito complexa e ninguém sabe ao certo o motivo pelo qual os linfócitos são ‘contaminados’. Por isso, há um campo muito grande de pesquisas nessa área, e muito dinheiro é investido nos estudos em torno da esclerose. Esse novo estudo, assim como os outros, é muito importante para a melhor compreensão da doença e para que novos tratamentos sejam desenvolvidos. Porém, é importante lembrar que a pesquisa foi feita com animais, e que nem sempre os resultados se reproduzem em seres humanos.

    Hoje não há cura para a esclerose múltipla, mas os tratamentos com remédios avançaram muito e melhoraram de forma significativa a qualidade de vida dos pacientes. Os medicamentos são capazes de interromper o progresso da doença, embora não a eliminem completamente. Até 2013, ao menos seis novas drogas serão disponibilizadas ao redor do mundo para o tratamento da condição.”

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