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Estudo confirma a propagação da gripe aviária H5N1 entre mamíferos

Após saltar de aves para o gado leiteiro nos EUA, pesquisadores reuniram evidências de que vírus circulou entre vacas e passou ainda para gatos e um guaxinim

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 jul 2024, 16h46

A propagação da gripe aviária H5N1 tem sido observada com atenção pela comunidade científica em meio às infecções pelo vírus em trabalhadores que atuam com vacas leiteiras e em granjas nos Estados Unidos — já são ao menos 11 casos registrados desde abril de 2022 –. Um estudo divulgado nesta quarta-feira, 24, aponta agora para a necessidade de mais acompanhamento do tema por ter constatado a transmissão de mamífero para mamífero, um salto importante para o patógeno se adaptar e conseguir se manifestar com mais facilidade entre humanos.

A análise de cientistas da Universidade Cornell, em Nova York, encontrou evidências de que o vírus circulou entre vacas e passou delas para gatos e um guaxinim. O estudo foi publicado no periódico científico Nature.

“Esta é uma das primeiras vezes que estamos vendo evidências de transmissão eficiente e sustentada de mamífero para mamífero da gripe aviária H5N1 altamente patogênica”, disse, em comunicado, Diego Diel, professor associado de virologia e diretor do Laboratório de Virologia do Centro de Diagnóstico de Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária da universidade.

O risco das mutações

Até o momento, não há indícios de que o H5N1 sofreu mutações que desencadeiem o aumento da transmissibilidade do vírus em humanos, o que ficou comprovado pelo sequenciamento completo do genoma do microrganismo realizado pelo grupo de Diel.

Por enquanto, é possível dizer que este vírus não é tão hábil e eficaz em infectar seres humanos. No entanto, isso pode ocorrer no futuro, tendo em vista que a capacidade de realizar mutações para melhor se adaptar aos hospedeiros e às defesas do sistema imunológico é uma das características de patógenos virais.

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“A preocupação é que essas mutações potenciais podem surgir, o que pode levar à adaptação em mamíferos, ao transbordamento em humanos e à transmissão potencialmente eficiente em humanos no futuro”, explicou o pesquisador.

Gatos, guaxinim e o leite de vacas infectadas

O sequenciamento do genoma do vírus e informações epidemiológicas foram fundamentais para determinar que houve transmissão entre os mamíferos. No caso das vacas, com as cepas virais em mãos, o grupo confirmou a contaminação quando cruzou os dados de vacas infectadas que foram transferidas para uma fazenda em Ohio com os do gado saudável que lá vivia.

Para analisar o caso dos gatos e do guaxinim, verificaram casos de animais encontrados mortos em fazendas impactadas pela circulação da gripe aviária e concluíram que, provavelmente, os animais adoeceram após beber o leite cru de vacas infectadas.

A equipe relatou ainda episódios de pássaros selvagens que morreram e que podem ter sido infectados por contaminação ambiental ou por aerossóis expelidos durante a ordenha.

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O estudo aponta que o vírus tem alta capacidade de infectar células da glândula mamária e que altas cargas virais infecciosas foram eliminadas no leite de animais doentes.

Casos em humanos

A partir de relatórios de monitoramento, o estudo mostra que 11 casos em seres humanos foram relatados nos Estados Unidos desde abril de 2022, dos quais quatro tinham relação com fazendas de gado e sete ocorreram em granjas. Todos tiveram sintomas leves da doença.

A pesquisa incluiu os quatro casos detectados no estado americano do Colorado que foram divulgados pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país no último dia 14.

“É essencial continuar monitorando o vírus em animais afetados e também em quaisquer humanos potencialmente infectados, conclui Diel.

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