Estudo aponta ligação íntima entre Alzheimer e bactérias intestinais
Artigo publicado em periódico científico revela que a presença de lipossacarídeos no sangue pode ser indicativo do Mal de Alzheimer
O Alzheimer é uma doença que intriga cientistas há muito tempo. Seu efeito destrutivo sobre a memória afeta atualmente mais de quarenta milhões de pessoas pelo mundo, sobretudo idosos. Agora, um novo estudo aponta uma ligação “indiscutível” entre os efeitos neurológicos da doença e as bactérias que vivem no intestino humano.
A pesquisa, publicada no periódico científico Journal of Alzheimer’s Disease, revelou que a composição das bactérias intestinais de pacientes com Alzheimer é diferente daquela de indivíduos sem a doença. De modo geral, os afetados por Alzheimer possuem uma diversidade menor de microorganismos no intestino. Além disso, foi encontrada uma relação entre um fenômeno inflamatório que ocorre no sangue, a presença dessas bactérias e a doença.
A hipótese dos cientistas é a de que essa inflamação poderia constituir uma espécie de ponte entre o intestino e o cérebro, onde a maior parte dos sintomas de Alzheimer se manifestam. A ideia seria de que a liberação de certos compostos no intestino poderia afetar o funcionamento cerebral.
Ao longo do estudo, 89 voluntários entre 65 e 85 anos foram analisados por meio de exames de sangue e tomografias do cérebro.
Como resultado, os pesquisadores descobriram que pacientes que possuíam indicadores de Alzheimer também apresentavam maiores níveis de lipossacarídeos no sangue, substância presente na parede celular das bactérias. Esse composto pode facilitar a inflamação cerebral.
Assim, os responsáveis pelo estudo definem como “indiscutível” a correlação entre esses microorganismos intestinais e os danos causados pelo Alzheimer no cérebro. Ainda assim, eles afirmam que são necessárias mais pesquisas acerca do tema, pontuando que o seu estudo pode ajudar a identificar pacientes com propensão à doença de forma antecipada.