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Estados Unidos pretendem reduzir nível de nicotina no cigarro

A FDA lançou um plano de ação para limitar o nível de nicotina no cigarro e assim reduzir as mortes causadas pelo fumo no país

Por Da Redação
16 mar 2018, 16h42

A FDA, agência americana responsável pelo controle de alimentos e medicamentos, deu o primeiro passo em direção limitação do nível de nicotina nos cigarros. Em um passo histórico dado na quinta-feira, a agência anunciou um plano de ação que tem como objetivo reduzir drasticamente a quantidade de nicotina no produto, chegando a um nível que não vicie. 

“Esse novo passo pode ajudar a evitar milhares de mortes relacionadas ao tabaco ao redor do país”, disse Scott Gottlieb,  porta voz da instituição. Estima-se que só nos Estados Unidos, o consumo de cigarro seja responsável por 1.300 por dia ou cerca de 480.000 óbitos por ano.

Além da regulamentação do nível de nicotina, a proposta da agência visa limitar os agentes aromatizantes, como o mentol, que podem tornar os cigarros mais atraentes e aditivos. Entretanto, a medida deve seguir um longo caminho regulatório até ser aprovada.

Desde 2009, quando recebeu permissão para regulamentar os componentes dos cigarros e outros produtos à base de tabaco, a agência tenta, sem sucesso,criar regras mais rígidas para reduzir os males associados ao consumo de produtos derivados do tabaco. 

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Regulamentação

A nova proposta cai numa categoria chamada nos EUA de “Advanced Note of Proposed Rulemaking” (ANPRM), algo como notificação prévia de proposta de regulamentação. Isso significa que o país vai montar um painel de especialistas com o intuito de desenvolver uma proposta detalhada para a decisão definitiva. Eles também devem apresentar um relatório que avalia o impacto da medida.

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“Pesquisadores ainda precisam examinar a quantidade de nicotina que um cigarro deve conter para reduzir a dependência. Além disso, há a necessidade de saber se um regulamento como este deve ser implementado imediatamente ou de forma gradual”, disse William Shadel, diretor associado do Population Health Program do Rand Corp, ao site especializado Live Science

Além dessa dúvida, estão previstas para serem discutidas questões como: qual é a quantidade de nicotina apropriada pra a proteção da saúde pública; e se  há o risco de que, após a iniciativa,  e qual a possibilidade se surgir o comércio ilegal para a venda de produtos com teor mais alto de nicotina e a melhor forma de combatê-lo, caso venha a acontecer.

Suporte em pesquisas

Para chegar a essa decisão, a entidade revisou diversos estudos que demonstram o papel da nicotina no vício. Entre s trabalhos analisados, está um publicado no New England Journal of Medicine, em 2015, que concluiu que fumantes que receberam cigarros com baixo teor de nicotina (entre 0,4 e 2,4 miligramas de nicotina por grama de tabaco) fumaram menos diariamente e eram menos dependentes da substância do que aqueles que utilizam os cigarros comuns (15,8 miligramas  por grama de tabaco).

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Outro estudo, publicado na quinta-feira no New England Journal of Medicine, mostrou que um ano após a implementação de um produto com baixa nicotina, cerca de 5 milhões de fumantes deixariam o cigarro. A pesquisa também estima que 33 milhões deixariam de se tornar fumantes regulares até o ano de 2100. Isso significa que a taxa de tabagismo cairia dos 15% atuais para 1,4%.

Metodologia de produção

“O que o FDA está propondo é chamado de ‘cigarros com baixo nível de nicotina’, no qual a quantidade real de nicotina do produto está limitado a um determinado valor”, disse Andew Strasser, professor de saúde comportamental em psiquiatria da Universidade da Pensilvânia, à revista Live Science.

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Strasser disse ainda que uma das maneiras de fazer isso é através da engenharia genética. Isso significa que cientistas modificariam os genes na planta do tabaco para que aqueles que controlam a produção de nicotina sejam desativados. O tabaco resultante não teria nicotina e poderia ser combinado com o tabaco comum para criar cigarros com baixo nível da substância.

Este tipo de cigarro já existe para fins de pesquisa e houveram versões comerciais produzidas por uma empresa chamada Vector Tobacco. Segundo a revista Forbes, a marca teve o nome de Quest de 2002 a 2010.

“No entanto, esses produtos não devem ser confundidos com ‘cigarros leves’. Cigarros deste tipo tiveram o design alterado de forma que possa fornecer, em teoria, menores quantidades de nicotina se usadas de maneira específica. Esse produtos tem buracos de ventilação para diluir o tabaco com ar. Mas eles ainda contêm a mesma quantidade de nicotina que os cigarros comuns “, disse Shadel. 

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Estudos descobriram que fumantes podem receber altas quantidades de nicotina se bloquearem os buracos de ventilação ou se inalarem profundamente. “Fumantes são muito bons em conseguir pelo cigarro a quantidade de nicotina que desejam”, continuou Shadel.

Segundo Strausser, os cigarros feitos com tabaco  que foram geneticamente modificados para ter baixo teor de nicotina não podem ser manipulados desta forma.

 

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