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Dietas na corda bamba

É antiga a promessa de uma panaceia universal capaz de nos deixar saudáveis, magros e belos. A realidade por trás dessas fórmulas milagrosas, porém, é outra

Por Raquel Beer Atualizado em 24 Maio 2016, 16h30 - Publicado em 18 jan 2014, 05h00
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  • Uma das grandes ambições da humanidade é achar uma panaceia universal, uma fórmula simples capaz de combater todos os males que afligem nosso corpo. A palavra tem origem na mitologia grega: Panaceia era o nome dado à deusa da cura. Na Idade Média era comum conceder propriedades milagrosas a diversos tipos de tônico, sendo o mais popular deles uma mistura de alcatrão de pinheiro e água. Entre os séculos XVIII e XIX, acreditava-se que tomar arsênico, que hoje sabemos tratar-se de um veneno mortal, ajudava a prevenir doenças como o reumatismo e, principalmente, a emagrecer. Muitas pessoas morreram por seguir essa receita – há uma teoria de que a escritora inglesa Jane Austen tenha sido uma delas. “É mais fácil acreditar que uma pílula ou uma fórmula mágica o deixará mais saudável e diminuirá sua cintura do que comer menos e exercitar-se”, disse a VEJA o médico americano Paul Offit, autor do livro Do You Believe in Magic? (Você Acredita em Mágica?). “A questão é que só existem duas categorias de remédio, ou de dieta: as que passaram no crivo científico e provaram que funcionam e as que não funcionam”, acrescenta. Estão nas dietas as maiores promessas de solução instantânea para levar uma vida plena. Nos últimos 100 anos, especialmente, pipocaram médicos com receitas mágicas que, se seguidas, renderiam o corpo perfeito. Confira, a seguir, uma série dessas promessas e seus efeitos reais no organismo. Um aviso: a maioria não passa de enganação (são o “arsênico” de nosso século).

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    Dieta Master Cleanse

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    Ano: 1940

    Autor: Stanley Burroughs, médico americano

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    Quem segue: a cantora americana Beyoncé Knowles e o ator hollywoodiano Ashton Kutcher

    A promessa: alimentar-se exclusivamente de Master Cleanse (em inglês, desintoxicante mestre), shake que combina limão, maple syrup (xarope de bordo), água e pimenta, por dez a quarenta dias faz emagrecer 1 quilo por dia e elimina toxinas que aumentam o colesterol e causam doenças respiratórias, como bronquite e asma

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    A realidade: a dieta emagrece por ser diurética, mas o peso perdido costuma voltar após o fim do período de ingestão do Master Cleanse. A eliminação das toxinas nocivas não é tão benéfica quanto aparenta: um organismo saudável já trata de controlar essas substâncias

    Dieta Atkins

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    Ano: 1972

    Autor: Robert Atkins, cardiologista americano

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    Quem segue: a atriz americana Jennifer Aniston e a modelo Kim Kardashian

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    A promessa: eliminar os carboidratos das refeições, presentes em alimentos como massas e pães, baixa a glicose no corpo, que passa a queimar mais gordura para gerar energia, o que resulta em um emagrecimento de 15 quilos em duas semanas; também ajuda na prevenção de doenças cardíacas, hipertensão e diabetes

    A realidade: perde-se peso, mas, em vez de queimar gordura (como prometido), o que diminui é a massa muscular. A dieta ainda causa mau humor, hálito ruim, déficits de raciocínio e memória e pode entupir artérias, pelo excesso de proteínas nas refeições

    Dieta da princesa
    Dieta da princesa ()

    Dieta da princesa

    Ano: 1975 (ganhou fama em 2000)

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    Autor: Pierre Dukan, nutricionista francês

    Quem segue: Kate Middleton, duquesa de Cambridge, mulher do príncipe William, da Inglaterra, e a atriz brasileira Fernanda Paes Leme

    A promessa: com uma dieta restrita a proteínas, que inclui carnes vermelhas e peixes, e vegetais, é possível perder 4,5 quilos em uma semana e prevenir o diabetes

    A realidade: além dos problemas cognitivos e da irritabilidade gerada pela falta de carboidratos, a dieta pode causar diabetes (em vez de prevenir) e doenças cardiovasculares

    Dieta Ornish
    Dieta Ornish ()
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    Dieta Ornish

    Ano: 1990

    Autor: Dean Ornish, médico americano

    Quem segue: a cantora country americana Carrie Underwood

    A promessa: é o oposto da dieta Atkins – as refeições devem ser ricas em carboidratos, presentes em cereais e frutas, e o indivíduo precisa realizar exercícios aeróbicos e meditação para perder peso, baixar o colesterol, estabilizar a pressão sanguínea e prevenir diabetes, doenças cardíacas e câncer de mama e de próstata

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    A realidade: está provado que previne doenças cardíacas, apenas; a falta de ingestão de gordura prejudica o intestino, a capacidade do corpo de absorver vitaminas e a produção de hormônios

    Dieta do tipo sanguíneo
    Dieta do tipo sanguíneo ()

    ​​Dieta do tipo sanguíneo

    Ano: 1996

    Autor: Peter J. D’Adamo, médico americano

    Quem segue: a atriz americana Demi Moore e a brasileira Claudia Raia

    A promessa: identificam-se os alimentos benéficos ou maléficos ao organismo de acordo com o tipo sanguíneo do indivíduo (quem é tipo O, por exemplo, deve comer carne bovina, mas evitar iogurtes), com a meta de aumentar a atividade do metabolismo, controlar a gordura corporal e prevenir doenças cardiovasculares

    A realidade: como o cardápio sugerido é rico em nutrientes variados, a receita normalmente não faz mal, mas não há provas científicas de que dê certo. Em alguns casos, porém, pode ser ruim, como sugerir o corte de alimentos com leite para quem tem sangue do tipo O, o que pode causar osteoporose, devido à deficiência de cálcio

    Dieta da banana matinal
    Dieta da banana matinal ()

    ​Dieta da banana matinal

    Ano: 2008

    Autora: Sumiko Watanabe, farmacêutica japonesa

    Quem segue: a cantora japonesa Kumiko Mori (a dieta ainda está muito restrita ao Oriente)

    A promessa: como diz o nome, baseia-se na ingestão de bananas – no café da manhã, em lanches entre as refeições e após o almoço ou o jantar (que deve ser servido até as 20 horas), quando a fruta é a única sobremesa permitida. Também se proíbe qualquer bebida que não seja água. A dieta garante a perda de peso, melhora o funcionamento do sistema digestivo e acelera o metabolismo

    A realidade: a receita é inútil, pois não adianta comer um monte de bananas se é permitido exagerar nos pratos do almoço ou do jantar (não há controle de outros alimentos)

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