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Covid-19: pesquisas de novas vacinas registram avanços animadores

Quase nenhum efeito colateral e eficácia na imunização de idosos estão entre os resultados obtidos até agora

Por Da redação
Atualizado em 30 ago 2020, 13h38 - Publicado em 29 ago 2020, 18h11
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  • Novos anúncios sobre o perfil de segurança e indução de resposta imune de vacinas contra o novo coronavírus são animadores. Nesta semana, a empresa americana Moderna Inc. anunciou que a aplicação de duas doses de seu imunizante, desenvolvido em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH), foi capaz de induzir resposta imunológica em idosos semelhante à de pessoas mais jovens.

    Os voluntários idosos não apenas produziram altos níveis de anticorpos neutralizantes da doença, mas também células T, outro componente de defesa do organismo. Outro dado essencial é que os níveis de anticorpos apresentados foram superiores aos de pessoas que contraíram a Covid-19 e se recuperaram.

    O anúncio é importante porque há uma preocupação em relação à proteção oferecida pelas vacinas contra coronavírus em pessoas idosas, que são um dos principais grupos de risco para casos graves e mortes em decorrência da Covid-19. O sistema imunológico enfraquece com a idade e muitas vezes é difícil para as vacinas induzirem uma resposta imunológica suficiente neste grupo.

    Logo, resultados que demonstram a indução de resposta imune nesse grupo são fundamentais para o controle da pandemia. Mas ainda resta saber se essa resposta é suficiente para protege-los contra a doença. Essa é uma informação que será fornecida apenas pela fase 3 de testes clínicos.

    Um pouco antes, a Pfizer havia divulgado resultado semelhante. Uma segunda opção de vacina, desenvolvida em parceria com a empresa alemã BioNtech – vale lembrar que a Pfizer desenvolveu quatro imunizantes – conseguiu induzir a produção de anticorpos, inclusive em idosos. Entretanto, ao contrário da vacina da Moderna, no imunizante da Pfizer, a resposta em pessoas mais velhas foi inferior à de voluntários mais jovens.

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    De acordo com os pesquisadores, o nível médio de anticorpos nos idosos foi apenas 41% do observado em participantes mais jovens. No entanto, eles afirmam que a quantidade ainda é maior do que a observado em pacientes recuperados da doença.

    LEIA TAMBÉM: Quem já pegou coronavírus se beneficiaria de uma eventual vacina?

    Segurança

    Em relação à segurança, ambas apresentaram resultados positivos. De acordo com a Moderna, não foram identificados efeitos colaterais graves. Alguns participantes relataram calafrios, fadiga, dores de cabeça e dor no local da injeção, mas a maioria desses sintomas desapareceu em apenas dois dias.

    Entre os voluntários que receberam a vacina BNT162b2, ou B2, da Pfizer, 16,7% daqueles de 18 a 55 apresentaram eventos adversos. Já entre o grupo mais velho, de 65 a 85 anos, não foi relatado nenhum evento adverso relacionado à vacina.

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    Também foram divulgados resultados promissores da CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, que está em fase 3 de testes no Brasil. De acordo com Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, dados recentes de estudos conduzidos na China mostram que de 24.000 pessoas vacinadas, apenas 5% apresentaram efeitos colaterais. No caso de efeito colateral considerado grave, que corresponde à dor no local da aplicação, a taxa foi menor ainda: 3%. Apenas 0,18% dos voluntários tiveram manifestações febris. Segundo Covas, esse é um perfil de segurança semelhante ao da vacina de gripe.

    Outras instituições, como a Universidade Oxford, também incluíram idosos em seus testes clínicos, mas ainda não foram divulgados resultados sobre a os efeitos da vacina neste público.

    Resultados de eficácia

    A Pfizer pretende ter resultados preliminares sobre a eficácia da sua vacina no final de outubro. Segundo o governador de São Paulo João Dória, é possível ter resultados dos testes fase 3 da CoronaVac no Brasil entre outubro e novembro e, em caso positivo, 45 milhões de doses da vacina estarão disponíveis no país em dezembro para início da imunização da população, mediante aprovação da Anvisa. Até março o número de doses pode se ampliar para 60 milhões e, em maio, o número chegará a 100 milhões.

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    Para isso, segundo Covas, é necessário um investimento milionário. Esta semana, o governo do estado de São Paulo formalizou um pedido de investimento ao Ministério da Saúde. Segundo Covas, são necessários 85 milhões de reais para avançar os estudos clínicos, 60 milhões de reais para o processo de reestruturação da fábrica e cerca de 2 bilhões de reais para integralizar a entrega de 100 milhões de doses até maio de 2021.

    Neste sábado, 29, o Brasil confirmou 3.846.153 casos e 120.462 mortos pela doença. A média móvel de novas notificações da doença foi de 37.684 e a de novos óbitos de 887. A média móvel semanal é calculada a partir da soma do número de casos e mortes nos últimos sete dias, dividida por sete, número de dias do período contabilizado – o que permite uma melhor avaliação ao anular variações diárias no registro e envio de dados pelos órgãos públicos de saúde, problema que ocorre principalmente aos finais de semana.

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