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Covid-19: Medicamento para artrite não é eficaz em pacientes graves

Estudo feito nos EUA e na Europa concluiu que o canacinumabe não aumenta a chance de sobrevivência de pessoas hospitalizadas com a doença

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 jul 2021, 15h24

O medicamento canacinumabe, um anticorpo monoclonal utilizado originalmente contra artrite infantil, não é eficaz no tratamento de pacientes com Covid-19 grave. A conclusão é de um estudo publicado na terça-feira, 20, no periódico científico JAMA, feito em 39 hospitais dos Estados Unidos e da Europa.

Estudos recentes mostram que outros anticorpos monoclonais para artrite são úteis no tratamento de pacientes internacod com Covid-19. Inclusive, no início do mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou o uso dos medicamentos para artrite Actemra, da Roche, e Kevzara, da Sanofi, em associação com corticosteróides, para pacientes hospitalizados com Covid-19 depois que dados de cerca de 11.000 pessoas mostraram que os remédios reduzem o risco de morte e a necessidade de ventilação mecânica. Entretanto, este não parece ser o caso do canacinumabe.

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após realizarem um estudo randomizado, duplo-cego, de controle de placebo – considerado o padrão-ouro para avaliar a eficácia de um medicamento – com 450 pacientes. Para serem elegíveis, os voluntários precisavam estar hospitalizados após terem recebido diagnóstico laboratorial positivo para Covid-19, além de pneumonia relacionada à Covid, com níveis baixos de oxigênio e inflamação.

O grupo incluía metade homens e metade mulheres, principalmente de meia-idade e idosos. Os participantes foram designados aleatoriamente para receber o medicamento ou um placebo sem saber o que receberam. Além do medicamento para artrite ou do placebo, todos continuaram a receber os cuidados padrão para Covid-19.

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Os resultados mostram que após um mês de acompanhamento, a chance de sobrevivência entre aqueles que receberam o canacinumabe foi similar a dos que receberam o placebo. De 223 pacientes no grupo canacinumabe, 198 (88,8%) sobreviveram sem a necessidade de um ventilador. No grupo placebo, 191 (85,7% ) tiveram o mesmo desfecho. A diferença de apenas 3,1 pontos percentuais entre os grupos não é considerada significativa estatisticamente para atestar a eficácia do tratamento. Para ver uma melhora significativa ligada à droga era esperada uma diferença de 15 pontos.

Os números de mortalidade e recuperação também foram semelhantes entre os grupos. Diante disso, os pesquisadores concluíram que este anticorpo monoclonal não melhorou significativamente as chances de sobrevivência dos pacientes. Eles ressaltam que outro estudo com outra droga semelhante, chamada anakinra,  foi interrompido precocemente devido a ausência de resultados significativos.

No entanto, alguns fatores podem ter influenciado no resultado, incluindo o fato dos pacientes terem recebido outros tratamentos de suporte e o fato de eles já estarem com um quadro muito grave da doença.

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