Covid-19: AstraZeneca e Rússia anunciam parceria em teste de vacina
Laboratórios devem combinar os dois antígenos em análises para averiguar segurança e resposta imune
O laboratório britânico AstraZeneca e a Rússia anunciaram nesta sexta-feira, 11, testes clínicos conjuntos que combinam suas duas vacinas contra a Covid-19.
“Anunciamos um programa de testes clínicos para avaliar a segurança a imunogenicidade da combinação da ASD1222, desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford, e Sputnik V, desenvolvida pelo instituto de pesquisa Gamaleya”, anunciou por meio de um comunicado a unidade da AstraZeneca na Rússia.
Os testes incluirão voluntários com mais de 18 anos.
As duas vacinas usam adenovírus e já têm eficácia divulgada. A AstraZeneca chegou à eficácia média de 70% em estudos preliminares de fase 3, chegando a até 90% com uma dosagem específica, enquanto a Sputnik V tem eficácia aferida em 95% nos mesmos tipos de estudo. As análises da AstraZeneca foram publicadas no periódico científico The Lancet nesta semana. Os resultados da vacina russa foram anunciados pelo Instituto Gamaleya, mas ainda não foram publicados em artigo científico.
Em um comunicado publicado nesta sexta-feira, o Fundo Soberano Russo, que participa no desenvolvimento da vacina, afirma que propôs em novembro à AstraZeneca o uso de um dos dois componentes da vacina Sputnik V.
“A AstraZeneca aceitou a proposta de usar um dos dois vetores da vacina Sputnik V nos testes clínicos adicionais de sua própria vacina, que começarão antes do fim do ano”, indicou o fundo soberano.
“As combinações das diferentes vacinas contra a Covid-19 podem ser uma etapa importante para criar uma proteção maior”, afirmou a AstraZeneca, explicando que ao unir duas pesquisas é possível obter uma “resposta imunológica melhor”.
Atualmente a vacina Sputinik V está na fase 3 de testes clínicos em 40.000 voluntários. O país iniciou na semana passada a vacinação em parte da população.
A parceria foi anunciada após o Instituto Gamaleya ter sugerido em sua conta no Twitter que as duas organizações científicas se unissem em um teste combinado. À época, foi sugerido que a união de forças seria importante para as “revacinações”. Ou seja, para as segundas doses que fazem parte do protocolo das duas vacinas.
(Com AFP)