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Como a genética pode auxiliar nos tratamentos do câncer?

Livro destaca a evolução da oncologia por meio de técnicas de análise molecular para identificação das alterações genéticas das células cancerígenas

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 dez 2022, 09h57

Na noite de quinta-feira 1, no Hotel JW Marriott São Paulo, na capital paulista, a tecnologia surpreendeu. Durante o lançamento do livro “Oncologia de Precisão”, do Grupo Oncoclínicas, um dos especialistas Rodrigo Dienstmann ministrou sua palestra sobre Biópsia Líquida na Medicina de Precisão direto da Espanha, mas não em vídeo, como já se é de costume. O médico apareceu em forma de um holograma. “Estou aqui no metaverso”, disse ele, enquanto todos os convidados, surpresos com o feito tecnológico, tentavam fotografá-lo e filmá-lo. Dienstmann é diretor do programa de Medicina de Precisão da Oncoclínicas e pesquisador do grupo Oncology Data Science no Vall d’Hebron Institute of Oncology (Espanha) e um dos especialistas que assina a obra produzida pelo Instituto Oncoclínicas, com 417 páginas explorando como a oncologia vem evoluindo por meio da genética.

Assinado também por Bruno Ferrari, fundador e CEO da Grupo Oncoclínicas, Carlos Gil Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas e diretor médico do Grupo Oncoclínicas Mariano Zalis, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Oncoclínicas e Professor Adjunto da Faculdade de Medicina/ UFRJ, além de Jorge Reis Filho, Diretor de Patologia Experimental no Memorial Sloan Kettering Cancer Center em Nova Iorque, que veio ao Brasil especialmente para a apresentação, o livro destaca a evolução da oncologia por meio da utilização de técnicas de análise molecular para identificação das alterações genéticas das células cancerígenas, sejam elas hereditárias ou não. Avanços importantíssimos no conhecimento aprofundado dos mecanismos da doença que se refletem não só em diagnósticos mais precisos e em estágios cada vez mais precoces, mas também possibilitam estratégias voltadas à individualização das linhas de cuidado. ““Este livro mostra que tomamos a decisão certa de aprimorar o Instituto Oncoclínicas para impactar a formação e o desenvolvimento do oncologista brasileiro de uma forma geral, não apenas dos médicos do Grupo Oncoclínicas”, afirma Ferrari.

O câncer é um dos principais desafios de saúde atualmente: a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), entidade vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), calcula que cerca de 18 milhões de pessoas receberam o diagnóstico da doença em 2020 e a expectativa é que, em 20 anos, esse número chegue a 28 milhões de novos casos ao ano. No Brasil, as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam mais de 650 mil novas ocorrências só este ano.

Mesmo com o aumento de casos, no entanto, também crescem terapias. A principal – e mais recente delas – são as abordagens e drogas desenvolvidas a partir das análises genômicas. As inovações são feitas a partir da avaliação precisa dos tumores em laboratório, tornando possível não apenas testar novas drogas e tratamentos, mas também obter um entendimento molecular profundo para saber como cada tipo de câncer se comporta. Desta forma, é possível elaborar estratégias terapêuticas mais assertivas, o que tem aumentando a sobrevida e qualidade de vida de diversos pacientes. “Alternativas de terapias personalizadas e individualizadas podem fazer com que o câncer se aproxime cada vez mais de se tornar uma doença considerada crônica, com benefícios efetivos à qualidade de vida de pessoas com diagnóstico da doença”, diz o oncologista Carlos Gil Ferreira, presidente do Instituto Oncoclínicas e diretor médico do Grupo Oncoclínicas.

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Para ele, o futuro do tratamento da doença é promissor e permitirá que mais pessoas tenham alternativas terapêuticas para muito além da quimioterapia e radioterapia. “A transformação digital e implementação de ferramentas de inteligência computacional vêm se mostrando altamente efetivas na redução do tempo de detecção de casos e indicação de melhores linhas de cuidado a serem adotadas para cada paciente”, destaca.

Os autores apontam para as alternativas de tratamentos mais recentes. “A obra visa elucidar de maneira abrangente o tema, discorrendo sobre as diversas áreas da oncologia que o cercam. Durante os capítulos, abordamos como esses avanços vêm revolucionando os prognósticos em casos de cânceres de pulmão, de mama, de cabeça e pescoço, de sistema nervoso central (SNC), gastrointestinais, ginecológicos, hematológicos e geniturinários, além dos tumores raros”, sintetiza Mariano Zalis, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Oncoclínicas.

Através da utilização de técnicas de análise molecular para identificação das alterações genéticas das células cancerígenas, sejam elas hereditárias ou não, a oncologia de precisão contribui significativamente para que pesquisadores possam encontrar uma forma de atingir especificamente tais alterações e, assim, controlar o tumor. Faz parte desse arsenal de opções a terapia gênica CAR-T, que usa células do próprio paciente moduladas em laboratório para derrotar tipos especiais de tumores hematológicos, comprovando que a oncologia de precisão já faz parte do presente.

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Outros exemplos já em uso pautados pela genômica são a imunoterapia – tipo de tratamento biológico com o objetivo de potencializar o sistema imunológico do indivíduo para combater o câncer – e as terapias-alvo moleculares – tratamento feito com substâncias que foram desenvolvidas para identificar e atacar características específicas das células cancerígenas, bloqueando o crescimento do tumor e permitindo que o organismo do paciente recupere as condições para derrotá-lo. E isso, asseguram os autores da obra Oncologia de Precisão, é apenas o início de uma nova Era da medicina. “O livro Oncologia de Precisão marca um momento importante do Instituto Oncoclínicas e outros virão. O terreno é muito fértil, tem muita gente boa trabalhando e nos apoiando na nossa missão de vencer o câncer, com o propósito de democratizar o acesso e oferecer tratamentos de excelência em todo o país”, finaliza Ferrari.

 

 

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