Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Cientistas reforçam possibilidade de transmissão da Covid-19 pelo ar

Em carta aberta, 239 pesquisadores cobrarão mudança de postura da Organização Mundial da Saúde (OMS) em face de novas descobertas

Por Eduardo F. Filho Atualizado em 5 jul 2020, 17h12 - Publicado em 5 jul 2020, 16h18
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Desde que o novo coronavírus começou a dar sinais de que não era, afinal, só uma “gripezinha”, grupos de cientistas e a Organização Mundial da Saúde (OMS) entraram em conflitos de ideias com o intuito de buscar entender as formas de transmissão da Covid-19. No começo da pandemia, o órgão foi criticado por demorar a oficializar o uso de máscaras. Mais recentemente, um membro da OMS  afirmou que a transmissão por pessoas assintomáticas é rara, mas, diante de críticas de alguns infectologistas, voltou atrás e tratou o caso com um “mal-entendido”. Na próxima semana, um novo desacordo pode acontecer.

    Publicidade

    Cerca de 239 especialistas de 32 países assinaram uma carta aberta que será veiculada na revista americana Clinical Infectious Diseases afirmando que o novo coronavírus está no ar, e que pode infectar as pessoas. O texto ainda pede que a OMS tenha um maior reconhecimento do papel da propagação aérea do Covid-19 e a necessidade de os governos implementarem medidas de controle. Entre elas estão: o uso de máscaras em lugares fechados e socialmente distantes, a minimização do ar de recirculação e a adição de filtros mais poderosos em sistemas de ventilações em escolas, residências, empresas e lares de idosos, além de luzes ultravioletas para matar partículas virais flutuando em pequenas gotas dentro de casa.

    Publicidade

    Na atualização mais recente lançada sobre o coronavírus, no dia 29 de junho, a OMS, afirma que a transmissão aérea do vírus só é possível após procedimentos médicos que produzem aerossóis ou gotículas menores que 5 mícrons (Um mícron é igual a um milionésimo de metro) e que a transmissão entre pessoas acontece principalmente por meio de gotículas respiratórias e contato.

    Em entrevista ao jornal americano The New York Times, cientistas e consultores da OMS disseram que a OMS, apesar das boas intenções, está fora de sintonia com a ciência e que, principalmente, seu comitê de prevenção e controle de infecções é lento na atualização de orientações e está vinculado a uma visão rígida e excessivamente médica das evidências científicas.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Linsey Marr, especialista em transmissão aérea de vírus da Virginia Tech e co-signatária da carta, disse ao jornal americano que a Organização se baseou em estudos de hospitais que sugeriam baixos níveis de vírus no ar. Isso subestimou o risco, disse ela, porque na maioria dos edifícios “a taxa de troca aérea é geralmente muito menor, permitindo que vírus se acumulem no ar e apresentem um risco maior”.

    A epidemologista da Universidade de New South Wales e participante do comitê da OMS, diz que “fica frustada com as questões do fluxo de ar. Se começássemos a revisa-lo teríamos que estar preparados para mudar muito do que fazemos”, e completa: “Acho que é uma boa ideia, muito boa, mas causará um tremor enorme na sociedade de controle de infecções”. 

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Os cientistas pedem que a OMS, em meio a tanta discordância, adote o “principio de precaução”. Mesmo sem evidências definitivas, a agência deve assumir o pior do vírus pelo nível de propagação e o número de mortes e infectados ao redor do mundo.

     

    Publicidade

     

    Publicidade
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.