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Cientistas descobrem onde começou a pandemia da Covid-19

Pesquisadores atestaram que os primeiros casos em humanos surgiram em 2019, num mercado de peixes em Wuhan, na China

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 ago 2022, 09h37 - Publicado em 27 jul 2022, 16h02
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  • Uma equipe internacional de 18 pesquisadores, incluindo um cientista da Universidade de Utah Health, determinou que os primeiros casos de Covid-19 em humanos surgiram em um mercado atacadista de peixes em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Eles vincularam esses casos a morcegos, raposas e outros mamíferos vivos infectados com o vírus, vendidos para consumo de sua carne ou pele.

    A descoberta, publicada nesta terça-feira 26, na revista Science, confirma os primeiros relatos, posteriormente rejeitados por altos funcionários chineses, de que os animais vivos vendidos no mercado atacadista de frutos do mar de Huanan eram a provável fonte da pandemia que já custou pelo menos 6,4 milhões vidas desde que surgiu pela primeira vez há quase três anos.

    “Estes são os estudos mais convincentes e detalhados do que aconteceu em Wuhan nos estágios iniciais do que se tornaria a pandemia de Covid-19”, diz Stephen Goldstein, coautor do estudo liderado por Kristian Anderson, do Scripps Research Institute em La Jolla do primeiro autor Michael Worobey, da Universidade do Arizona. Goldstein é pesquisador de pós-doutorado no departamento de Genética Humana da U of U Health. “Mostramos de forma convincente que as vendas de animais selvagens no mercado de Huanan, em Wuhan, estão implicadas nos primeiros casos humanos da doença”.

    Entre as principais descobertas do estudo, destacam-se:

    O surgimento do SARS-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19, provavelmente pode ser atribuído a uma ou mais das 10 a 15 barracas do mercado que vendiam cães, ratos, porcos-espinhos, texugos, lebres, raposas, ouriços vivos, marmotas e o chinês Muntjac (um pequeno cervo). Autoridades de saúde e pesquisadores detectaram o SARS-CoV-2 em gaiolas, carrinhos e grades de drenagem de animais nesses locais.

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    As únicas áreas onde o vírus estava se espalhando em dezembro de 2019 eram bairros a menos de 800 metros do mercado. Anteriormente, alguns pesquisadores sugeriram que o SARS-CoV-2 foi trazido para o mercado de outras partes da cidade e se espalhou entre seus clientes. Em vez disso, as novas descobertas sugerem que o vírus se originou no mercado por meio de vendas de animais vivos e se espalhou lentamente de lá para bairros próximos e depois para a cidade em geral.

    Duas variantes do SARS-CoV-2 foram detectadas no mercado. Isso indica que ambas as variantes se originaram independentemente no mercado e ajuda a confirmar a hipótese dos cientistas de que a disseminação precoce da infecção começou lá. Se o vírus se originou em outro lugar, é mais provável que apenas uma única variante tenha sido encontrada.

    No futuro, os pesquisadores dizem que as autoridades públicas devem buscar uma melhor compreensão do comércio de animais selvagens na China e em outros lugares e promover testes mais abrangentes de animais vivos vendidos nos mercados para reduzir o risco de futuras pandemias.

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