Cientistas de uma universidade britânica conseguiram barrar um tipo hereditário de epilepsia entre gerações de ratos. Os pesquisadores foram capazes de manipular o gene Atp1a3, que é responsável por regular os níveis de sódio e potássio nas células do cérebro – o desnível entre tais substâncias é responsável por provocar algumas formas de epilepsia.
A pesquisa, realizada na Universidade de Leeds, revelou que os ratos Myshkin que tinham ataques epiléticos apresentavam defeitos no gene Atp1a3. “Há muito tempo, os cientistas suspeitam que essas substâncias levam a ataques epilépticos, mas nosso estudo é o primeiro que mostra, sem sombra de dúvida, que o responsável é um defeito no gene”, disse o chefe da pesquisa, Steve Clapcote.
Para evitar que as outras gerações de ratos nascessem com o gene defeituoso, os cientistas neutralizaram sua ação, cruzando esses ratos com animais portadores de versões sadias do Atp1a3. A experiência foi bem sucedida e os filhotes nasceram livres da epilepsia.
Apesar do sucesso com os testes nos ratos, ainda falta muito para que essa pesquisa leve à criação de terapias antiepiléticas em humanos, porque os cientistas não são capazes de dizer se o efeito seria o mesmo. O gene Atp1a3 do homem é quase 100% igual ao dos ratos. Há, porém, uma diferença fundamental entre as espécies: ainda não se sabe a causa da maioria dos casos de epilepsia em humanos.