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Chá preto ganha aval da ciência como aliado para a saúde

Por sua concentração de cafeína, a bebida chegou a ser considerada vilã. Um novo estudo, porém, derruba essas concepção

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 set 2022, 08h00

É sobejamente conhecido que bebidas preparadas por meio da infusão de folhas, flores e raízes de planta do chá, chamada Camellia sinensis (espécie da família Theaceae), geralmente com água quente, têm propriedades calmantes e antioxidantes, caracterizadas pela ação de compostos que combatem danos ao funcionamento celular. Ou seja, contribuem para manter o organismo em estado mais equilibrado. Mas, entre as tantas qualidades medicinais da planta já conhecidas, sempre houve dúvida se elas seriam também atributos do chá preto, feito com as folhas mais envelhecidas e submetidas a um processo de oxidação maior. Pior. Por sua concentração de cafeína, a bebida chegou a ser considerada a vilã da categoria. Um novo estudo, feito pelo National Cancer Institute Intramural Research Program, da Inglaterra, porém, derruba essas concepções.

A pesquisa usou as informações de 498 000 homens e mulheres de 40 a 69 anos armazenados no Biobank, banco de dados de saúde do Reino Unido. É um dos mais extensos levantamentos em torno do tema. A análise sobre a evolução das condições de saúde dos participantes sugeriu que o chá preto está associado à redução de 9% a 13% de mortalidade por qualquer causa quando consumidas duas ou mais xícaras da bebida por dia, em comparação com quem não bebe nenhum tipo de chá. A alta ingestão também está vinculada ao baixo risco de morte por enfermidades cardiovasculares, as que mais matam no mundo, como infarto ou acidente vascular cerebral. Não faz diferença a temperatura na qual o chá é bebido, se houve adição de leite ou açúcar ou mesmo a taxa de metabolização da cafeína, que varia de acordo com as características genéticas de cada indivíduo.

arte chá

No senso comum, cantado em verso e prosa, apenas o chá verde era celebrado como saudável. O estudo, portanto, traz uma grande surpresa. O segredo de atuação da bebida, de acordo com os cientistas, está atrelado à concentração de flavonoides apresentada na versão preta. A substância, sublinhe-se, é um antioxidante, afeito a combater alterações celulares vinculadas ao envelhecimento precoce do organismo e o desencadeamento de processos que culminarão em doenças cardíacas, entre as mais importantes. “A capacidade de proteção apresentada pelos flavonoides é muito intensa”, diz a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia. Outros antioxidantes contribuem para reforçar o poder da bebida, como as teaflavinas, envolvidas na diminuição do LDL, chamado de colesterol ruim por participar da obstrução das artérias.

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Espera-se que os resultados obti­dos pelos ingleses — para os quais o chá preto é indispensável e faz parte da cultura centenária — promova a redenção do sagrado líquido com potencial de gerar também saúde, além de prazer. Aromático e saboroso, ele agora recebe as bênçãos da ciência como um ótimo aliado para deixar o corpo em dia. Pare tudo, porque é hora do chá.

Publicado em VEJA de 21 de setembro de 2022, edição nº 2807

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