Casos de síndrome respiratória aguda grave aumentam 309% em crianças
Boletim da Fiocruz mostra crescimento expressivo em média móvel na faixa de 5 a 11 anos, mas coincide com volta às aulas
A nova edição do Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que a média móvel de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças de 5 a 11 anos teve um aumento de 309% entre a primeira semana de fevereiro e a última semana deste mês. Segundo balanço, divulgado nesta quinta-feira, 31, o crescimento foi de 110% na faixa de 0 a 4 anos. Na população adulta, houve queda em todas as faixas etárias.
Nas crianças mais novas, dados laboratoriais preliminares indicam relação com crescimento de casos de vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador de infecções do trato respiratório inferior, como a bronquiolite. Estima-se que o agente seja responsável por, aproximadamente, 100 mil mortes por ano no mundo. No grupo de 5 a 11 anos, teria relação com episódios de Covid-19 e outros vírus respiratórios.
“Nessas duas faixas etárias, o início do crescimento, que se mantém até o presente Boletim, coincide com o início do ano letivo”, afirmou, em comunicado, o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
O SARS-CoV-2 ainda é o vírus que predomina entre os adultos. Foi detectada uma desaceleração na taxa de queda de casos, o que indica estabilidade. Nas pessoas acima de 70 anos, o decréscimo continua.