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Calendário de vacinação focado em idosos é lançado por sociedades médicas

Documento tem proposta de servir como guia para saúde e proteção da população geriátrica; veja imunizantes recomendados para quem tem mais de 60 anos

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 Maio 2024, 10h14 - Publicado em 23 Maio 2024, 14h00
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  • O calendário de vacinação voltado para pessoas com mais de 60 anos acaba de ser atualizado. O novo documento, uma iniciativa da Comissão de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), conta com orientações sobre doses, intervalos e aplicação das vacinas, além de informações importantes sobre contraindicações e efeitos colaterais. A iniciativa tem o intuito de servir como um guia para a saúde e a proteção da população geriátrica

    No calendário, algumas vacinas foram recomendadas para todas as pessoas com mais de 60 anos, entre elas a da influenza, que protege contra a gripe, hepatite-B, que previne doenças graves no fígado, além dos imunizantes contra a Covid-19 e a febre amarela

    “Uma das maiores complicações que temos tido neste ano é síndrome respiratória aguda grave que é causada principalmente pelo vírus da influenza. Por isso, é muito importante que o idoso tenha o caderno nacional como um manual para a sua saúde”, afirma Maisa Kairalla, médica geriatra e presidente da Comissão de Imunização da SBGG. 

    No ano passado, inclusive, a campanha de vacinação contra a gripe não atingiu a meta. Houve 42,7% de adesão dos grupos prioritários, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), sendo que o esperado é 90%. “O desconhecimento da população sobre essa doença ainda é muito significativo e abrimos esse ano já com estouro de casos de influenza em pessoas não vacinadas”, completa a especialista.

    Não é à toa que a vacinação contra gripe foi antecipada em 2024. Normalmente, o mutirão ocorre entre os meses de abril e maio, mas, neste ano, teve início em março. Além disso, a campanha foi ampliada para toda a população com mais de 6 meses. O anúncio foi feito no final de abril pela pela ministra da Saúde Nísia Trindade

    Vacinação contra a gripe é essencial 

    No novo calendário, as entidades, cientes da gravidade do cenário atual, recomendam, preferencialmente, a vacina quadrivalente de alta concentração (high dose, HD4V). O imunizante contém maior dose de antígeno em sua composição, o que resulta em 24% a mais de proteção quando comparado à versão padrão, amplificando a imunidade diante da doença após a picada. Batizada de Efluelda, a vacina da farmacêutica Sanofi-Pasteur aguça a resposta imunológica contra a gripe, o que é particularmente vantajoso aos idosos, que não respondem tão bem à vacina quanto as pessoas mais jovens.  

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    No entanto, o imunizante não está disponível no Sistema único de Saúde (SUS), e tem o custo de aproximadamente 160 reais nas clínicas privadas. Por isso que, na impossibilidade de receber a Efluelda, as entidades recomendam utilizar a vacina disponível e, em situação epidemiológica de risco, considerar uma segunda dose a partir de três meses após a dose anual. Vale ressaltar que qualquer imunização é melhor que nenhuma. 

    Um alerta para o vírus sincicial respiratório

    O calendário ainda inclui a Arexvy, da farmaceutica GSK, vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), causador da bronquiolite. No final do ano passado, o imunizante voltado para idosos foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após ter demonstrado eficácia de 94,1% para evitar o risco de episódios graves de doença do trato respiratório inferior relacionada ao vírus. A condição está ligada a quadros de pneumonia e pode levar à morte. 

    “Na criança pequena, o vírus sincicial respiratório preocupa por causa da bronquiolite, mas nos idosos também preocupa por causa da mortalidade”, alerta Maisa. “É  muito comum que as pessoas se esqueçam desse vírus, apesar dele ter alta incidência”, conclui a médica.

    Vacinar-se é investir na qualidade de vida 

    Para Maisa Kairalla, o investimento em imunizações é uma tendência mundial. “Quanto mais a população envelhece, mais há a necessidade de um calendário de vacinação robusto e abrangente. Justamente, porque cada vez mais surgem estudos que comprovam a melhora da  qualidade e expectativa de vida do idoso vacinado”, argumenta. 

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    Nesse sentido, a geriatra afirma que a maior preocupação tem de ser em relação aos malefícios que a doença em si causa, pois são muito mais graves do que possíveis efeito adversos da vacina. Ela ainda reforça a importância dos imunizantes, uma vez que foram responsáveis pelo aumento em 30 anos da expectativa de vida do brasileiro e também permitiram a erradicação de doenças graves, como a varíola. 

    A médica faz ainda alguns esclarecimentos em relação aos efeitos colaterais. Ela tranquiliza que, geralmente, podem se manifestar no local da picada, como desconforto no braço, vermelhidão e inchaço. Às vezes, um leve mal-estar e dor de cabeça. No entanto, nada que perdure por muito mais do que três dias. 

    “Quando envelhecemos, o sistema imune e todos os nosso órgãos acompanham esse processo. E, com isso, a incidência e o risco das doenças infecciosas preveníveis também aumenta”, explica a médica. “Assim, quando um idoso é acometido por doenças como pneumonia, Covid-19, gripe ou herpes zóster, há uma grande piora no status funcional, fazendo com que, por muitas vezes,  a qualidade de vida não volte à anterior”, finaliza. 

    Vacinas de rotina recomendadas no calendário

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    Vacinas recomendadas em situações especiais

    Para mais detalhes, acessar o Calendário de Vacinação Idoso 60+ aqui

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