Paciente veio da Guiné, na África Ocidental, para o Paraná. Epidemia já tem mais de 8.000 casos em diversos países, a maioria no continente africano
Por Da Redação
9 out 2014, 23h11
Na Guiné, devido ao surto do vírus ebola, profissionais da saúde usam kits completos de segurança. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência no país European Commission/VEJA/VEJA
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(Atualizado às 3h)
Autoridades sanitárias brasileiras investigam o primeiro caso de suspeita de ebola no país. O caso foi comunicado na noite desta quinta-feira pela Secretaria de Saúde do Paraná ao Ministério da Saúde. Informações preliminares indicam que o paciente, de 47 anos, veio de Conacre, capital da Guiné, em um voo com escala em Marrocos. Internado em um centro médico da cidade de Cascavel, ele será encaminhado para um hospital de referência no Rio de Janeiro e teve material coletado para fazer os exames. A expectativa é a de que nesta sexta as amostras sejam enviadas ao Instituto Evandro Chagas, onde será feita a análise para confirmar se o paciente é ou não portador da doença.
Natural da Guiné, o homem teve febre nos últimos dois dias, mas não apresentou hemorragia, vômito ou outros sintomas que caracterizam a infecção por ebola. Outras suspeitas são de que ele tenha malária ou dengue.
Atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasília II, em Cascavel, o paciente está em isolamento. Por precaução, toda a unidade foi colocada em quarentena, assim como um número não divulgado de funcionários do centro médico. Pacientes que estavam na UPA de Cascavel foram transferidos para outros hospitais. Equipes do Ministério de Saúde e da Secretária Estadual estão a caminho do local. A expectativa é que o paciente seja transferido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio, referência nacional para casos de ebola, na manhã desta sexta. O transporte será feito em uma aeronave da Polícia Rodoviária Federal.
O superintendente de Vigilância em Saúde do Paraná destacou que o caso é apenas uma suspeita e que não há motivo para pânico entre os moradores da cidade. “Essa é uma doença que só se transmite com contato com secreções, sangue. Não há a mínima possibilidade de uma pessoa que esteve no mesmo ambiente, sem tocar no paciente, pegar ebola. Reforço que a população de Cascavel está segura”, afirmou.
A notícia aparece no mesmo dia em que o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou que, embora baixo, existia o risco de o Brasil registrar um caso da doença. Pela manhã, ele disse que o sistema de vigilância montado era adequado e que instituições de saúde estavam em treinamento constante para identificar casos suspeitos e para adotar as medidas de segurança necessárias, caso isso ocorresse.
O mundo enfrenta a pior epidemia de ebola da história. Foram registrados 8.011 casos na Guiné, Libéria e Serra Leoa, com 3.857 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. Nigéria, Senegal, Estados Unidos e Espanha apresentaram transmissões localizadas. Juntos, foram contabilizados nestes países 21 pacientes com a doença e oito mortes.
Vírus – Transmitida por um vírus, a doença é fatal em cerca 65% dos casos. A infecção ocorre através do contato com sangue, fluidos corporais da pessoa infectada ou do animal doente, como macacos, capivaras e porcos-espinhos. Ao contrário de outras doenças, no entanto, a transmissão ocorre quando o paciente já apresenta os sintomas da infecção. Os principais são febre, fraqueza, dores abdominais, vômito e hemorragias. A incubação – período entre o contágio e a manifestação dos primeiros sintomas – pode variar entre 2 a 21 dias. Não há remédio específico para o ebola.
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Em agosto, o Centro de Operações de Emergência em Saúde do governo federal acionou o nível dois de emergência, o penúltimo na escala de gravidade, que permite o deslocamento de equipes federais para regiões com suspeita da doença no país sem a necessidade de autorização dos governos locais.
Desde que a Organização Mundial de Saúde decretou emergência, o Brasil adotou um conjunto de medidas para prevenir a transmissão e permitir a rápida identificação de um caso suspeito da doença, com isolamento e tratamento.
O grupo Executivo Interministerial para Emergências em Saúde Pública foi convocado, videoconferências semanais com todos os Estados são realizadas, simulações foram feitas em hospitais de referência e em aeroportos. De acordo com o plano traçado, casos suspeitos devem ser encaminhados para hospitais de referência. Esses hospitais, no entanto, fazem apenas a primeira triagem. Casos confirmados, de acordo com a estratégia, devem ser enviados para dois hospitais: Instituto Nacional de Infectologia, no Rio e Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. O teste de diagnóstico para comprovação da infecção é feito no Instituto Evandro Chagas.
1/28 Profissionais de saúde do grupo Médicos Sem Fronteiras trabalham na Libéria, um dos países mais afetados pelo ebola, em 18 de outrubro de 2014 (Zoom Dosso/AFP/AFP)
2/28 Profissional de saúde da Cruz Vermelha desinfeta local onde corpo de paciente infectado pelo ebola foi encontrado, em 10 de setembro, na Libéria (Zoom Dossot/AFP/AFP)
3/28 Membros do exército alemão recebem treinamento para atuar como enfermeiros no tratamento de pacientes infectados pelo ebola, em Hamburgo (Fabian Bimmer/Reuters/Reuters)
4/28 Vírus causador do Ebola (VEJA.com/Thinkstock/Thinkstock)
5/28 Os médicos Edward Goodman, do Hospital Presbiteriano de Dallas, e Mark Lester, chefe de pesquisas em saúde do Texas, durante coletiva de imprensa na qual anunciaram o primeiro caso de ebola diagnosticado nos Estados Unidos (Mike Stone/AFP/AFP)
6/28 Profissional do Médicos Sem Fronteiras em volta de itens que tiveram contato com infectados pelo ebola momentos antes de serem incinerados em Serra Leoa (Carl de Souza/AFP/AFP)
7/28 Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) se encontram nesta manhã (04) em Genebra, Suíça, para determinar que tratamentos experimentais poderiam ser usados na luta contra a epidemia do vírus da Ebola. As vacinas VSV-EBO e 'ChAd-EBO' que foram desenvolvidas nos Estados Unidos começam a ser produzidas na Europa e na África em setembro (Salvatore DiNolfi/EFE/EFE)
8/28 Na abertura do encontro de especialistas em potenciais terapias e vacinas para a Ebola em Genebra, na Suíça, participante lê documento sobre distritos afetados pelo vírus na Guiné (Denis Balibouse/Reuters/Reuters)
9/28 Médicos cercam paciente infectado com o vírus da Ebola que fugiu da quarentena do hospital Monrovias Elwa, no centro de Paynesville, Libéria (veja.com/Reuters/Reuters)
10/28 Enfermeiro trabalha na remoção e enterro de uma vítima de Ebola no Estado da Virgínia, nos arredores de Monrovia, na Libéria (Ahmed Jallanzo/EFE/EFE)
11/28 Residentes do bairro de West Point, na cidade de Monrovia, celebram liberdade da quarentena do vírus Ebola dada pelo governo liberiano - 30/08/2014 (2Tango/Reuters/Reuters)
12/28 Na China, funcionários de um navio de carga passam por procedimento contra o contágio do vírus Ebola, em 19/08/2014 (veja.com/Getty Images/Getty Images)
13/28 Centenas de pessoas participaram do evento de prevenção do Ebola, na província de Monróvia, na Libéria. O governo e grupos internacionais estão alertando os moradores do perigo da transmissão do vírus, incitando as pessoas a lavarem as mãos para ajudar a prevenir a propagação da epidemia (John Moore/Getty Images/Getty Images)
14/28 Na Libéria, mulheres esperam para serem atendidas no programa Médicos Sem Fronteiras (MSF), no centro de tratamento de Ebola, na província de Monróvia. O vírus já matou mais de mil pessoas em quatro países africanos desde o início do surto (John Moore/Getty Images/Getty Images)
15/28 Trabalhadores preparam o centro de tratamento de Ebola do programa Médico Sem Fronteiras (MSF), na província de Monróvia, na Libéria, em 18/08/2014 (John Moore/Getty Images/Getty Images)
16/28 Fiéis são fotografados rezando na praia de Aladura, na província de Monróvia, na Libéria. O país passa por uma crise humanitária desde que o vírus Ebola se expalhou em todo o território nacional (John Moore/Getty Images/Getty Images)
17/28 Religiosos Miguel Pajares, o primeiro espanhol infectado com o Ebola, e a missionária Juliana Bohi, na chegada ao hospital Carlos III em Madri, onde receberão tratamento (Emilio Naranjo/EFE/EFE)
18/28 Agente de saúde da informações sobre a prevenção do vírus Ebola (VEJA.com/Reuters/Reuters)
19/28 Na Libéria, garoto de 10 anos fica de quarentena após sua mãe morrer de ebola (veja.com/AFP/AFP)
20/28 Imagem mostra o médico americano Kent Brantly na Libéria. Ele contraiu o ebola enquanto realizava trabalho voluntário no país (Jony Biker/AFP/AFP)
21/28 Homem segura jornal com imagem do diplomata liberiano Patrick Sawyer, morto pelo vírus ebola na cidade de Lagos, na Nigéria (veja.com/AFP/AFP)
22/28 Homem cola informativo sobre o vírus ebola, na Libéria (VEJA.com/AFP/AFP)
23/28 Um homem usa luvas de plástico para evitar contaminação pelo vírus Ebola, na cidade de Monrovia, na Libéria (Ahmed Jallanzo/EFE/VEJA/VEJA)
24/28 Na Libéria, agente de saúde da informações sobre a prevenção do vírus Ebola (VEJA.com/Reuters/Reuters)
25/28 Equipe do Médicos Sem Fronteiras supervisiona a descarga de materiais de proteção e saúde em geral, no aeroporto de Conacri, na República da Guiné, para o combate a propagação do vírus Ebola e tratar as pessoas já infectadas. O número de mortos em surto de Ebola na África Ocidental subiu para 603, segundo divulgação da Organização Mundial da Saúde (OMS), com foco em Serra Leoa e Nigéria (Cellou Binani/AFP/VEJA/VEJA)
26/28 Agente de saúde verifica um passageiro na saída do aeroporto de Conacri, na República da Guiné. As medidas fazem parte de um programa de ações contra a propagação do vírus Ebola em todo o continente africano (Cellou Binani/AFP/VEJA/VEJA)
27/28 Na Libéria, homens leem um cartaz com informações sobre a prevenção do vírus Ebola, na cidade de Monróvia (Jallanzo/EFE/VEJA/VEJA)
28/28 Um farmacêutico procura por medicamentos em uma farmácia da cidade de Lagos, na Nigéria. O país declarou alerta contra a propagação do Ebola, um dia após a primeira morte pelo vírus ser confirmada na região (Utomi Ekpei/AFP/VEJA/VEJA)
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