Brasil integra reunião da Missão dos 100 dias contra futuras pandemias
Coalizão global com foco em preparar países para agir em emergências sanitárias terá discussão com líderes da América Latina e Caribe

Quando as infecções pelo novo coronavírus, o SARS-CoV-2, começaram a se espalhar pelo mundo e foi declarada a pandemia, em março de 2020, houve a certeza de que um conjunto de ações teria de ser adotado para diagnóstico, tratamento e prevenção de casos graves da Covid-19. Em 2021, uma coalizão global se formou para estabelecer estratégias para as futuras pandemias em um esforço batizado como Missão dos 100 Dias, que prevê o estabelecimento de testes, terapias e vacinas em larga escala dentro deste prazo. Nesta quinta-feira, 17, o Brasil vai participar de um encontro com representantes da iniciativa e integrantes de instituições da América Latina e do Caribe para debater táticas que poderão ser adotadas diante de emergências sanitárias.
Segundo a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido, a Missão dos 100 Dias conta com 25 recomendações para a comunidade global em áreas que vão desde a vigilância de ameaças emergentes, passando pela pesquisa para terapias e vacinas até mecanismos de regulamentação e financiamento.
O prazo leva em consideração os danos irreparáveis que novos patógenos podem causar. No caso da Covid-19, foi necessário aprender a lidar com a doença e aprimorar métodos para o manejo dos pacientes até o início da vacinação, cuja primeira dose aplicada somente em dezembro de 2020. Por mais o processo de contenção do vírus tenha ocorrido, a doença causou a morte de quase 7 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No encontro, promovido pela Secretaria Internacional de Preparação para Pandemias (IPPS, na sigla em inglês), vão participar membros do governo, da indústria, financiadores de pesquisas, de ONGs, da academia e da saúde pública de países da América Latina e do Caribe. A iniciativa é realizada em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Todos pela Saúde (ITpS) e a Pandemic Action Network.
“A discussão é importante para que, na próxima pandemia, os países possam trabalhar de forma colaborativa e complementar. Precisamos pré-acordar mecanismos para que, por exemplo, quando um país conseguir produzir uma vacina durante uma emergência sanitária, toda a região seja beneficiada”, diz a diretora-presidente do ITpS, Mariângela Simão, que é membro da IPPS e foi diretora-geral adjunta da OMS para Acesso a Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos.