Brasil assume meta para reduzir quantidade de açúcar em alimentos
Com foco em 2022, o acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a indústria alimentícia prevê diminuir em 144 mil toneladas o açúcar utilizado em produtos
O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira 26, uma meta para reduzir a quantidade de açúcar em alimentos industrializados produzidos no Brasil. O plano prevê uma diminuição de até 144 toneladas na utilização do ingrediente até 2022, com termos acordados em compromisso assinado com associações do ramo.
Cinco categorias de alimentos deverão reduzir o teor de açúcar em seus produtos, seguindo um processo gradual até 2022: achocolatados em pó; bebidas adoçadas; biscoitos; bolos e mistura para bolos; e produtos lácteos.
Metas específicas foram definidas para cada grupo, considerando quais deles utilizam mais o ingrediente em suas receitas: biscoitos deverão diminuir em até 62,4% o uso de açúcar nos próximos quatro anos, seguidos por produtos lácteos (53,9%), misturas para bolos (46,1%), bebidas açucaradas (33,8%), bolos (32,4%) e achocolatados (10,5%). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será responsável por fiscalizar o cumprimento do acordo.
De acordo com levantamento da ABIA, o brasileiro consome, em média, 30 quilos de açúcar por ano, quantidade muito acima dos 18,2 quilos recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), equivalente a 50 gramas diários.
O próprio Ministério da Saúde indicou, em sua pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que o número de brasileiros com diabetes aumentou 61,8% entre 2006 e 2016.
Segundo o ministro Gilberto Occhi, o Brasil se torna um dos primeiros países do mundo a adotar uma política com essa finalidade. Fazem parte do projeto a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia); Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (Abir); a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (Abimapi); e a Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácetos).