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Aspirina demonstra potencial contra gordura no fígado em estudo

Ensaio de fase 2 com 80 pacientes apontou redução de 10,2% em quadro de esteatose hepática em seis meses; achado precisa ser confirmado em população maior

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 mar 2024, 12h56 - Publicado em 26 mar 2024, 12h00

O analgésico e anti-inflamatório aspirina (ácido acetilsalicílico ou AAS) tem conhecida indicação para evitar coágulos em alguns pacientes com doenças cardiovasculares e está sendo investigado para o tratamento de outras condições. A mais recente é para a gordura no fígado, condição que tem se tornado comum em virtude do aumento de casos de obesidade e diabetes tipo 2 na população mundial. Um estudo de fase 2 publicado no periódico científico JAMA demonstrou o potencial do medicamento para reduzir o quadro em 10,2% em seis meses. Os achados ainda vão precisar ser replicados em uma população maior, mas pode ser uma ferramenta a mais contra uma doença que pode ser grave, evoluindo para cirrose e até câncer.

Os pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, conduziram o estudo randomizado e duplo-cego controlado por placebo, considerado o padrão-ouro em pesquisa científica, com 80 pacientes entre 18 e 70 anos diagnosticados com doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica. Metade dos voluntários recebeu uma dosagem baixa de 81 mg e os demais receberam placebo por seis meses.

O medicamento foi escolhido por ter efeito conhecido para diminuição da inflamação e por afetar o metabolismo da gordura. Ao final do estudo, foi constatado que o fármaco levou à redução do teor médio de gordura no fígado em 10,2% quando comparado com o placebo. A dosagem foi considerada segura e bem tolerada.

“Como estima-se que a condição afete até um terço dos adultos dos Estados Unidos, a aspirina representa uma opção atraente e potencial de baixo custo para prevenir a progressão para cirrose ou câncer de fígado, as complicações mais temidas”, disse, em comunicado, o gastroenterologista Andrew Chan, autor do estudo e chefe da Unidade de Epidemiologia Clínica e Translacional do hospital.

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No Brasil, a gordura no fígado atinge cerca de 30% da população, índice que sobe para 80% entre as pessoas que vivem com diabetes.

Outros benefícios para o fígado

Análises adicionais mostraram que a aspirina pode ser benéfica para outras condições que afetam o órgão.

“Vários exames não invasivos de sangue e de imagem para gordura hepática, inflamação e fibrose mostraram uma direção semelhante de benefício que favoreceu o tratamento com aspirina”, disse a hepatologista Tracey Simon, da Divisão de Gastroenterologia do Hospital Geral de Massachusetts. “Juntos, esses dados apoiam o potencial da aspirina para proporcionar benefícios aos pacientes.”

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Apesar dos primeiros achados, o comunicado do hospital alerta que “estudos adicionais são necessários para determinar se o uso continuado de aspirina pode reduzir o risco dos indivíduos de complicações de saúde a longo prazo” relacionadas com a gordura no fígado.

Até que os futuros resultados sejam apresentados, o tratamento da condição continua sendo baseado em alimentação saudável, prática de atividade física e, com indicação médica, medicamentos específicos.

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