Anvisa determina recolhimento de remédios para hipertensão com losartana
Pacientes que usam o medicamento não devem suspender o uso, pois interrupção leva a risco de morte por derrame e ataques cardíacos
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quinta-feira, 23, o recolhimento preventivo de lotes de medicamentos que contêm o princípio ativo losartana. A interdição e o recolhimento foram adotados por causa da concentração acima do limite de segurança aceitável da impureza “azido”. Os produtos devem ser recolhidos em até 120 dias.
A losartana é o anti-hipertensivo mais usado no Brasil e também é um dos mais utilizados como tratamento para insuficiência cardíaca. Segundo a agência, o azido é uma substância que pode surgir durante o processo de fabricação do insumo farmacêutico ativo e pode ser responsável por mutações em moléculas.
Para aqueles que fazem uso da losartana, a Anvisa recomenda que continuem utilizando o medicamento, mesmo que estejam usando um dos lotes afetados. Segundo a agência, o medicamento é seguro e eficaz. Ela também afirmou que não existem dados que comprovem eventos adversos ou risco imediato relacionado ao uso da medicação.
A agência orienta que os pacientes entrem em contato com seus médicos para tirar dúvidas e receber orientação, e que acionem o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do laboratório para troca de medicamentos. É possível encontrar os meios de contato das empresas em embalagens e bulas de produtos.
A interrupção do tratamento da hipertensão arterial e da insuficiência cardíaca pode provocar risco de morte por derrame, ataques cardíacos e piora da insuficiência cardíaca. As duas condições médicas exigem o acompanhamento constante e qualquer mudança no tratamento deve ser orientada por médicos.
Outras losartanas disponíveis no mercado podem substituir aqueles que forem recolhidos ou interditados. A agência orienta que a troca de medicamento deve ser feita apenas com o novo tratamento em mãos.
O pronunciamento faz parte de uma série de medidas que a agência vem adotando desde a descoberta da possibilidade da presença do azido na losartana, em setembro de 2021. A decisão, que pretende retirar de circulação os medicamentos com azido, foi tomada com base em novas descobertas sobre a presença das impurezas. As análises foram feitas pelos fabricantes do medicamento por determinação da Anvisa.