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Análise de amostras indica 31,7% de infecções por ômicron no Brasil

Levantamento do Instituto Todos pela Saúde em parceria com laboratórios privados foi feito com 640 testes positivos e encontrou variante em oito estados

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 dez 2021, 15h45 - Publicado em 29 dez 2021, 13h23

Um levantamento com 640 amostras positivas para o SARS-CoV-2 em 16 estados do Brasil apontou 31,7% de infecções pela ômicron, variante de preocupação segundo classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS). No país, de acordo com balanço do Ministério da Saúde desta terça-feira, 28, há 77 casos da nova variante e 211 em investigação.

A análise foi feita pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS) em parceria com os laboratórios particulares Dasa e DB Molecular, que verificaram testes RT-PCR, padrão ouro para Covid-19, coletados entre os dias 1 e 25 de dezembro. De 30.483 testes realizados em 16 estados, 640 tiveram resultados positivos. Destes, 203 eram de infecção pela nova variante.

A ômicron, segundo o levantamento, foi detectada em oito estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Goiás, Santa Catarina e Tocantins.

No balanço do Ministério da Saúde, há registros de infecção pela variante em São Paulo (27), Goiás (22), Minas Gerais (16), Rio Grande do Sul (3), Distrito Federal (1), Rio de Janeiro (1), Espírito Santo (1), Santa Catarina (3) e Ceará (3). Os primeiros casos da variante no país foram detectados em São Paulo no dia 30 de novembro.

Embora as evidências indiquem que a variante está associada a casos leves a moderados, assim como assintomáticos, não se pode arrefecer nos cuidados. Autoridades de saúde temem que a quantidade de contaminação pela ômicron seja tão grande que provoque nova sobrecarga nos sistemas de saúde, já bastante prejudicados pelos dois anos de pandemia – centenas de hospitais sofrem hoje um apagão de profissionais derivado da saída de profissionais abatidos pela exaustão.

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Isso pode acontecer porque qualquer infecção viral eleva o risco de complicações como pneumonia em pessoas com doenças crônicas como a diabetes. E, sabe-se, essas são as enfermidades mais prevalentes no mundo.

Sem contar aqueles com o sistema imunológico enfraquecido – transplantados e pacientes com câncer, por exemplo – , e crianças, que se tornam alvos ainda mais frágeis diante de um avanço tão intenso e rápido quanto o observado agora com a ômicron.

“Os dados servem de alerta para o poder público e para a população. Nos próximos dias teremos reuniões e festas por causa do réveillon e é preciso lembrar que a pandemia não acabou”, disse Jorge Kalil, diretor-presidente do ITpS, em comunicado. “É urgente que os brasileiros completem o ciclo de vacinação contra a Covid-19, incluindo a dose de reforço, e não abandonem a máscara, a higiene das mãos e o distanciamento social”, orientou.

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