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Algumas pessoas podem criar defesas “sobre-humanas” contra o coronavírus

Pessoas infectadas e imunizadas com vacinas de mRNA, como a da Pfizer, teriam resposta imunológica mais potente ao vírus e suas variantes

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 set 2021, 08h39 - Publicado em 8 set 2021, 16h38

Alguns cientistas estão chamando de imunidade “sobre-humana”. Outros de “à prova de balas”, mas o imunologista Shane Crotty prefere a o termo “imunidade híbrida” para uma resposta imunológica extraordinariamente poderosa contra o SARS-CoV-2 desenvolvida por algumas pessoas e apontada em estudos recentes. Trata-se de uma produção muito elevada de anticorpos desenvolvidos por pessoas infectadas pelo novo coronavírus e imunizadas com vacinas de mRNA, como a da Pfizer. “No geral, a imunidade híbrida ao SARS-CoV-2 parece ser impressionantemente potente”, escreveu Crotty em um artigo publicado na revista Science.

Em agosto, Paul Bieniasz, virologista da Universidade Rockefeller, publicou um estudo online em que ele e outros pesquisadores relatam a descoberta de anticorpos em alguns indivíduos que podem neutralizar seis variantes do coronavírus responsável pela pandemia, incluindo a delta e a beta. “Essas pessoas estarão muito mais protegidas do que a maioria, tanto do SARS-CoV-2 e suas variantes quanto de outros vírus da família que veremos em um futuro próximo”, disse o médico. “Mesmo sendo algo ainda especulativo, também suspeito que esses indivíduos tenham algum grau de proteção contra os vírus do tipo SARS que ainda não infectam humanos”, completou Bieniasz.

Mas quem são essas pessoas capazes de desenvolver essa resposta imune “sobre-humana” ou “híbrida”? Segundo os cientistas, as que tiveram uma exposição “híbrida” ao vírus. Mais especificamente, aquelas infectadas com o coronavírus em 2020 e imunizadas com vacinas de mRNA neste ano. “Esses indivíduos têm respostas incríveis à vacina”, afirma a virologista Theodora Hatziioannou, da Universidade Rockefeller. As afirmações são feitas com base em experimentos de laboratório. “Há muitas pesquisas focadas em encontrar uma vacina de pan-coronavírus que protegeria contra todas as variantes futuras. E por essas conclusões, podemos até dizer que já a temos”, diz Hatziioannou.

Mas há controvérsias. Primeiro porque a pessoa teria que necessariamente se infectar. “Após as infecções naturais, os anticorpos parecem evoluir e se tornar mais potentes e amplos. Eles ficam mais resistentes a mutações do vírus”, diz a médica. Mas não há como afirmar que todos os infectados posteriormente vacinados com imunizantes de mRNA terão uma resposta imunológica tão surpreendente. “Nós apenas estudamos o fenômeno com alguns pacientes porque é uma pesquisa extremamente trabalhosa e difícil de fazer”. O estudo relata dados de 14 pacientes que, segundo Hatziioannou, apresentaram a mesma reação imunológica. de fato, embora achados semelhantes tenham sido encontrados por outras pesquisas, as investigações são incipientes. Os trabalhos continuarão até que os resultados se comprovem incontestáveis.

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