A vacinação contra o novo coronavírus continua avançando no Brasil. Nesta sexta-feira, 3, o país atingiu 199,5 milhões de doses administradas contra a Covid-19. O aumento da proporção da população vacinada – 65,9% com ao menos uma dose e 31,3% com o esquema completo – continua a se refletir na melhora dos indicadores.
A última edição do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, publicada nesta sexta-feira, 3, mostra que a curva de mortes pela Covid-19 no país está em queda pela 10ª semana consecutiva. De 15 a 25 de agosto, a redução média diária foi de 1,6%. Levantamento realizado por VEJA, com base nas médias móveis, aponta para a mesma tendência.
O novo documento da Fiocruz também aponta para queda diária de 2,4% na incidência de casos confirmados nesse mesmo período e redução da taxa de positividade dos testes. “Apesar de ainda ser necessário avançar na ampliação e aceleração da vacinação, esse processo contribui para a importante tendência de redução da incidência e mortalidade, sendo notável o declínio no número absoluto de internações e óbitos em todas as faixas etárias”, escrevem os pesquisadores.
Srag
Os dados também apontam para uma tendência geral de redução na incidência de síndromes respiratórias agudas graves (Srag) o país. Mas cinco unidades da federação ainda apresentam grau de incidência extremamente alto. São eles Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Distrito Federal. Muitas capitais também registraram tendência de aumento de casos: Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Aracaju (SE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Natal (RN) e Fortaleza (CE).
Rejuvenescimento
A análise demográfica da última quinzena, em comparação com a primeira semana epidemiológica do ano, aponta para a continuidade do rejuvenescimento da pandemia. A mediana de internações hospitalares, ou seja, a idade que delimita a concentração de 50% dos casos, passou de 66 anos para 59 anos. No caso das internações em UTI, os valores de mediana foram, respectivamente, 68 e 63 anos; para óbitos, 73 e 72 anos.
Entretanto, os dados indicam um aumento na proporção de mortes e internações entre idosos, como observado no período anterior ao início da vacinação. Os pesquisadores também chamam atenção para a estabilização em patamares altos, em vez de queda, dos casos de srag em crianças e adolescentes.
Próximos passos
Esse cenário, associado à difusão da variante Delta, identificada pela primeira vez na Índia, alerta para o risco de uma terceira onda, como observado em países com taxas de vacinação mais altas que o Brasil, como Reino Unido, Estados Unidos e Israel.
Para evitar que isso aconteça, os pesquisadores destacam que é fundamental combinar a ampliação da disponibilidade de vacinas para todos os grupos, incluindo, adolescentes a partir dos 12 anos, e a oferta da terceira dose para idosos, com outras medidas de controle da pandemia.
“A redução do impacto da pandemia de modo mais duradouro somente será alcançada com a intensificação da campanha de vacinação, a adequação das práticas de vigilância em saúde e o reforço da atenção primária à saúde, além do amplo emprego de medidas de proteção individual, como o uso correto de máscaras e o distanciamento físico”, afirma o texto.
Status nos municípios
A edição mais recente da pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM), , que contou com a participação de 2.344 gestores municipais, mostra também que em 1.621 localidades não houve registro de mortes devido à doença nesta semana, o que representa 69,2% dos pesquisados.
O mapeamento mostra ainda que 1.192 municípios (50,9% das respostas) não tiveram novas internações causadas pelo novo coronavírus e 485 registraram redução no número de casos. Em relação ao público mais vulnerável, os dados apontam para um cenário animador: mais de 2.000 localidades (90,5% dos respondentes) não registraram aumento nas internações de idosos por conta da Covid-19.
Em mais de 95% desses municípios, a vacinação contra Covid-19 está na faixa etária abaixo de 25 anos. Desse total, 556 (23,7%) já imunizam adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. Ainda sobre a vacinação, 294 gestores indicaram falta de imunizantes para primeira dose e 136 afirmam ter faltado a segunda dose.
Confira o avanço da vacinação no Brasil: