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Um cineasta hiperbólico

Morre, aos 96 anos, o diretor italiano Franco Zefirelli

Por Da Redação Atualizado em 25 jun 2019, 16h27 - Publicado em 21 jun 2019, 07h00

A vida do italiano Franco Zeffirelli foi tão superlativa quanto sua obra. Fruto de um relacionamento extraconjugal (pai e mãe eram casados com outra pessoa), o diretor, nascido Gianfranco Corsi Zeffirelli, em Florença, ganhou um sobrenome criado pela mãe: inspirada por uma ópera de Mozart, ela o batizou de Zeffiretti, que, num erro de grafia, se registrou Zeffirelli. O filho herdaria a paixão materna pela ópera: foi um grande diretor do gênero, cujo derramamento carregou para seus filmes. O jovem Zeffirelli seguiu a carreira de ator, até tornar-se auxiliar de direção de Vittorio de Sica e Roberto Rossellini. Seu maior mentor, no entanto, foi Luchino Visconti, parceiro na tela e em um conturbado romance. Zeffirelli transitou por diversas áreas, cultivando amizades com artistas como Salvador Dalí, Elizabeth Taylor, Coco Chanel e Maria Callas, sua musa. Em 1960, causou furor nos palcos de Londres com uma montagem realista e sensual de Romeu e Julieta, peça de Shakespeare que ele levaria ao cinema, oito anos depois. Também filmou A Me­gera Domada (1967) e Otello (1986). Ultraconservador, aventurou-se na política em dois mandatos no Parlamento italiano. Na onda do movimento MeToo, foi acusado de assédio por dois atores. Zeffirelli morreu no sábado 15, aos 96 anos, em Roma, vítima de uma doença não divulgada.


O FRANCÊS DA MPB

Nascido na Síria, com cidadania francesa, André Midani foi criado para ser confeiteiro e tornou-se um dos maiores executivos da indústria do disco brasileira. Desembarcou no Brasil em 1955, fugindo da convocação para a Guerra da Argélia. No mesmo ano foi contratado pela EMI e se envolveu com a bossa nova. Em 1968, assumiu a direção da gravadora Philips, na qual trabalhou com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque, entre outros mestres da MPB. Na Warner, a partir de 1977, ajudou a impulsionar o rock nacional. Morreu na quinta-feira 13, de câncer, aos 86 anos.


REPÓRTER DE VERDADE

O jornalista paulistano Clóvis Rossi era alto demais (1,98 metro), rápido demais (redigia uma reportagem em poucos minutos) e, sobretudo, generoso demais (sempre dividia o crédito do que escrevia quando atuava ao lado de um novato). Estreou na profissão em 1963. Desde 1980 trabalhava na Folha de S.Paulo, depois de ter passado pelas redações do Correio da Manhã, O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil, entre outras. Cobriu o fim do regime franquista, a Revolução dos Cravos, Copas do Mundo. Referência para gerações de jornalistas, Rossi dizia que “a reportagem é a melhor versão da verdade”. Morreu na sexta-feira 14, aos 76 anos, em sua casa, em São Paulo, onde se recuperava de um infarto.


O CRÍTICO NACIONAL

Nos anos 70, o santista Rubens Ewald Filho era o guia nacional dos cinéfilos: na Globo, o crítico dizia o que valia ou não valia a pena nas telas. Mais tarde, tornou-se a voz autorizada das noites de Oscar, discorrendo, com sua memória acurada, sobre a carreira dos concorrentes. Internado em São Paulo desde maio, quando passou mal em um shopping, morreu na quarta 19, de problemas cardíacos, aos 74 anos.

Publicado em VEJA de 26 de junho de 2019, edição nº 2640

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