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Toni Morrison: a pérola negra da literatura

A escritora morreu na segunda-­feira 5, aos 88 anos, em Nova York, das complicações de uma pneumonia

Por Da Redação Atualizado em 30 jul 2020, 19h41 - Publicado em 9 ago 2019, 07h00

“Eu não sou uma vítima. Me recuso a ser uma”, disse Toni Morrison em 1993, ano em que foi premiada com o Nobel de Literatura, tornando-­se a primeira e a única mulher negra a conquistar a honraria. A declaração está em sintonia com a temática que ela explorou na literatura. Em seus livros, Toni escancara as cicatrizes deixadas pela escravidão e a discriminação racial nos Estados Unidos. Para ela, o racismo nunca foi “mimimi”: o retrato histórico de seu povo, esquecido pelo mercado editorial, precisava ser contado sob o ponto de vista de seus descendentes.

Filha de um operário e de uma dona de casa, Toni foi do trabalho como empregada doméstica à formação em filologia e ao cargo de editora da Random House — onde publicou pensadores e autores afro-americanos, entre eles Angela Davis e o pugilista Muhammad Ali. Seu livro de estreia só saiu quando a autora tinha 39 anos: O Olho Mais Azul (1970), sobre uma criança que almeja ser branca de olhos claros — crítica aos padrões de beleza disseminados pelos sucessos de Hollywood na década de 40. O status de celebridade veio com a popular trilogia iniciada com Amada (1987), livro vencedor do Pulitzer, seguido por Jazz (1992) e Paraíso (1997). O primeiro destrincha a vida de uma escrava depois da fuga do cativeiro (trama que ganhou a adaptação cinematográfica Bem-Amada, de 1998, estrelada por Oprah Winfrey). O segundo bebe das idiossincrasias do Harlem, bairro majoritariamente negro em Nova York, nos anos 1920. E o livro que completa a trilogia fala de uma cidade fictícia habitada apenas por negros que se desestabiliza com a chegada de uma branca. Ela morreu na segunda-­feira 5, aos 88 anos, em Nova York, das complicações de uma pneumonia.


O cineasta do real

D.A. Pennebaker mal conhecia as canções de Bob Dylan quando, em 1965, foi contratado para filmar uma turnê britânica do artista. A parceria rendeu um documentário antológico, Don’t Look Back, no qual o cineasta registra cenas da intimidade de Dylan, das brigas com jornalistas a uma grosseria com Joan Baez, sua parceira de palco. Ele daria início a um novo tipo de documentário, o cinema verité (cinema real, em português), revolucionando o gênero. Além das câmeras fixas, Pennebaker utilizou aparelhagem portátil para seguir Dylan e captar suas reações com mais fidelidade. Documentou, ainda, o Festival de Monterey (1967) e as campanhas presidenciais de John Kennedy e Bill Clinton. Em 2012, ganhou um Oscar por sua contribuição ao cinema. Morreu na quinta-feira 1º, aos 94 anos, de causas naturais, em Sag Harbor, Nova York.

NEGADA: pelo Supremo Tribunal Federal a extradição do empresário turco Ali Sipahi, de 31 anos, solicitada pelo governo da Turquia. Dono de um restaurante, Sipahi vive em São Paulo há doze anos. Ele é acusado de ter cometido crimes em nome da Hizmet — movimento de oposição que o presidente Recep Tayyip Erdogan considera terrorista —, ainda que não existam delitos comprovados do acusado. Dia 6, em Brasília, em decisão unânime da Segunda Turma do STF.

Publicado em VEJA de 14 de agosto de 2019, edição nº 2647

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