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“Sim, Somos favoritos”

Depois do sorteio dos grupos do Mundial da Rússia, Tite falou a VEJA sobre a expectativa para 2018 e sobre sua imagem de salvador da pátria de chuteiras 

Por Luiz Felipe Castro, de Moscou
Atualizado em 30 jul 2020, 20h31 - Publicado em 8 dez 2017, 06h00

Qual a avaliação do senhor sobre o grupo do Brasil? O primeiro jogo é o que gera a maior expectativa. E, se usarmos o ranking da Fifa, o jogo mais difícil de toda a primeira fase será mesmo Brasil, o segundo no ranking, versus Suíça, o oitavo. Mais duro que Espanha e Portugal. Em alguns grupos, há favoritos claros para conquistar as duas vagas, como Inglaterra e Bélgica, no Grupo G. Não se pode dizer o mesmo de nós. A Costa Rica mostrou seu futebol em 2014 e chegou às quartas de final na última Copa. A Sérvia é da escola da antiga Iugoslávia. Seremos exigidos em um nível altíssimo.

O senhor se sente pressionado a ganhar a Copa? Não vou mentir. O treinador argentino José Pékerman (que comanda a Colômbia) me disse, quase pedindo desculpas, que havia citado o Brasil como o maior favorito ao título em 2018. Eu disse que não havia problema, porque é verdade: somos favoritos. Tenho de saber absorver essa pressão, e os atletas também.

Um mísero gol pode levá-lo de herói a vilão em minutos. Como lidar com isso? Quando um gol tem o poder de mudar sua imagem significa que quem mudou de opinião rapidamente é muito raso, pouco inteligente. Quem faz isso não avalia um processo, mas, sim, o resultado. Mais do que me incomodar com pessoas desse tipo, fico com pena delas.

(Arte/VEJA)

Seu nome já apareceu em pesquisas como boa aposta para a Presidência da República. Teremos um Tite político? Nunca. Jamais deixarei o futebol. Não tenho essa pretensão. Como cidadão, espero que a política, que por vezes me envergonha, esteja um dia muito melhor do que está hoje. O país é muito maior que o futebol, que mexe com a emoção. A política mexe com o nosso futuro, o de nossos filhos.

Sabe-se que o senhor gosta de ler. O que tem lido? Acabei o livro do ex-técnico da seleção americana de basquete, Liderar com o Coração (de Mike Krzyzewski), presente do Sylvinho (refere-se ao auxiliar técnico da seleção). É fascinante, gosto de entrar na mente do gestor, daquele que trabalha em equipe. Quero saber como se tira o melhor das diferenças e das características de cada um sendo justo com todos.

Como o senhor faz para domar o ego de tantas estrelas? Não sou psicólogo, sou professor formado em educação física e técnico há bastante tempo. Mas posso dizer que entendo o lado do atleta, porque fui jogador e sempre gostei do respeito recebido do técnico. É isso que procuro fazer no meu trabalho. A diferença de nível existe apenas se medirmos os atletas pelo dinheiro que recebem. Mas eles são exatamente iguais, no lado humano, àqueles que treinei um dia no Guarany de Garibaldi.

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Neymar, o mais caro, o grande nome, está pronto para ser o melhor do mundo? Ele não precisa ser campeão do mundo para mostrar que tem qualidade, que é um dos melhores do mundo. Na seleção temos um trabalho conjunto e não vou botar essa carga de responsabilidade sobre um único jogador. Cada um de nós tem de mostrar e ser o melhor possível. O Tite tem de ser o melhor possível, o massagista tem de ser o melhor possível, o Neymar, o melhor possível. Mas imputar a um jogador a responsabilidade do sucesso é desumano e injusto, e isso não vou fazer.

O 7 a 1 no jogo contra a Alemanha é um fantasma. O senhor conversa a respeito dessa derrota com os atletas? Não preciso, porque esse assunto foi explorado demais. A geração mais nova não tem a carga, e aqueles que vieram desse confronto aprenderam com a derrota, ganharam experiência.

Publicado em VEJA de 13 de dezembro de 2017, edição nº 2560

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