Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Os mais ou menos

'Os Incríveis 2' tem ação, humor e comentário social, como o filme original, de 2004. Só que traz o sabor inconfundível das fórmulas repisadas

Por Isabela Boscov Atualizado em 22 jun 2018, 06h00 - Publicado em 22 jun 2018, 06h00

O primeiro Os Incríveis, de 2004, era um filme que se poderia chamar de revolucionário: ao tratar de uma família de super-heróis obrigada a viver na normalidade (o uso de superpoderes foi banido), a animação do diretor Brad Bird falava com contundência surpreendente da exaltação contemporânea da mediocridade, da dinâmica familiar da classe média americana, do ego frágil dos homens de meia-idade e da inoperância de um poder público tolhido pela burocracia e escravizado pela opinião popular — tudo isso em meio a tiradas humorísticas dignas da era de ouro de Hollywood, e com cenas de ação tão audaciosas quanto as de um 007. A ação, o humor e a crítica ainda estão lá, mas aquilo que antes era rasgo de criatividade ressurge agora, em Os Incríveis 2 (Incredibles 2, Estados Unidos, 2018), do mesmo Brad Bird, como a repetição de uma fórmula. É uma ironia que muito da tônica desta continuação recaia sobre a maneira como a cultura corporativa se apropria do que é único e original para seus próprios fins: nestes catorze anos, também a produtora Pixar passou por um processo de massificação corporativa, como atestam o recente Carros 3 e o filme que estreia nesta quinta-feira.

Beto Pêra, vulgo Sr. Incrível, agora sofre o que considera uma humilhação: a Mulher-Elástica é quem virou a estrela e também a provedora da família, graças ao patrocínio de uma dupla de irmãos milionários e muito marqueteiros. A Beto, cabe descobrir que bem mais desafiador do que ser súper é cuidar de uma menina transtornada pela adolescência, um menino energizado pela puberdade e um bebê que em dois segundos vai de anjinho a demônio (mesmo: este é um dos seus variados poderes). Empoderamento feminino e troca de tarefas no lar são tópicos do momento — mas a Pixar não costumava ser assim tão óbvia nas suas abordagens.

Publicado em VEJA de 27 de junho de 2018, edição nº 2588

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.