O Império do Meio X o Império do Norte
China disputa a hegemonia em todos os campos, mas Trump não quer lições históricas, muito menos entregar a taça do mundo de mão beijada ao adversário
Em toda a Terra, e até fora dela, China e Estados Unidos competem para decidir se a primeira tomará da segunda o título, além dos louros e os ouros, de superpotência hegemônica. É uma disputa em que, como nos campeonatos esportivos, o segundo lugar equivale a perda total, sem valor algum. O motivo é que a potência única tem uma constelação de vantagens incomparáveis: a primazia econômica; a projeção de poder em terra, mar, ar e espaço; as tecnologias mais avançadas e inovadoras, sem distinção de uso bélico ou civil; o domínio sobre o fluxo das matrizes energéticas que movem tudo isso; e a moeda-padrão do mundo que paga a conta. Sem contar o conjunto de conceitos criativos, artísticos, comportamentais e ideológicos que constituem o coração do soft power, o poder cultural tão importante quanto o representado por todos os elementos anteriores, que faz com que milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo chineses, ambicionem morar em Nova York, e não em Xangai.
O espantoso crescimento econômico da China produziu “o mais profundo e significativo evento dos últimos quarenta anos” — segundo resumiu Abraham Denmark, especialista em assuntos asiáticos do Wilson Center —, superando em alcance histórico o súbito, miraculoso e pacífico fim do comunismo na União Soviética e vassalos. “Outrora um fim de mundo em termos financeiros e tecnológicos, a China hoje é o motor do desenvolvimento econômico no Extremo Oriente e, cada vez mais, da inovação tecnológica em todo o mundo.”
A China tem um plano, é claro, para se tornar a potência hegemônica. O aspecto mais visível dele é “a nova rota da seda”, um cinturão que por terra e mar irradiará produtos e poder por toda a Ásia, a África Oriental, o coração das “nove Chinas” de seu desabitado interior, passando pela Mongólia e pela Sibéria, até desaguar na Europa, formatando o bioma da superpotência.
Para alcançar seus objetivos, faz tudo o que as outras potências já fizeram: intimida, ameaça, coopta, compra, trapaceia, chantageia, incita, seduz e, acima de tudo, paga. “Vamos ficar ricos juntos” é, basicamente, o substrato ideológico que pretende substituir, da Venezuela bolivariana às Filipinas dutertianas, o pacote americano: estado de direito, liberdades individuais, livre-iniciativa e democracia, oferecidos mesmo aos países que nunca haviam tido nada disso.
A China atual “provavelmente será mais ativa e assertiva em áreas de interesse fundamental para os Estados Unidos”, resumiu Denmark, na linguagem acadêmica dominante entre seus pares. Em linguagem não acadêmica, do tipo preferido por Donald Trump e seu assessor para comércio internacional Peter Navarro (que os inimigos internos gostam de desqualificar, embora tenha sido professor de economia e políticas púbicas na Universidade da Califórnia em Irvine), é briga de foice no escuro.
A criação da “fábrica do mundo”, simbolizada pelo rio infindável de contêineres que inunda o planeta de produtos baratos, e o disciplinado exército de clones do poderoso Xi Jinping, todos com terno preto, gravata vermelha e cabelos tingidos no topo da burocracia do Partido Comunista, que a planejou e controla, não têm o glamour nem o apelo emocional dos alemães enfiando a picareta no Muro de Berlim, mas vão ficar conosco por muito mais tempo. O resto do mundo pode sorrir ou chorar com o suposto, talvez excessivamente antecipado, fim do império americano, mas não será o mesmo.
A partir do momento em que Deng Xiaoping fez a metáfora dos gatos — não interessa de que cor sejam contanto que peguem ratos —, em 1997, as forças produtivas liberadas na China empurraram o PIB de 961 bilhões de dólares para os 14 trilhões em 2018 (ou 24 trilhões pelo critério PPA, Paridade de Poder Aquisitivo), contra os 20 trilhões dos EUA. Tamanho conta, sim, e também quem tem o botão maior, na ameaça de Trump para intimidar o mais perigoso dos clientes chineses, o tirano atômico Kim Jong-un. E o botão dos americanos é enorme.
Um exemplo: os EUA têm dezenove porta-aviões, os “países ambulantes” que são o fator individual mais importante do domínio mundial americano, com mais três no estaleiro. A China tem dois. O primeiro, um navio-cassino ucraniano adaptado, era cheio de problemas do tipo xing ling. Ao todo, Trump mandou construir 355 navios (falta o Congresso aprovar as verbas, claro), um ato de ambição tão fenomenal que só um presidente fora do padrão como ele poderia aprovar.
Ao contrário de seu intelectualizado antecessor, Trump não considera a superação do Império do Norte um fenômeno inevitável do curso da história. Aliás, ele nem tem o embasamento histórico para ficar citando Edward Gibbon, enquanto os chineses dominam o mundo. Para quem não consegue tirar da cabeça o formidável historiador de Declínio e Queda do Império Romano, é difícil não lembrar um de seus trechos mais conhecidos: “O declínio de Roma foi o resultado natural e inevitável da grandeza imoderada. A prosperidade cevou o princípio da decadência; a causa da destruição multiplicou-se com a extensão da conquista; e, tão logo o tempo ou o acaso removeram os apoios artificiais, o estupendo tecido cedeu à pressão de seu próprio peso”.
Na visão de muitos chineses da elite dominante, Trump é praticamente a encarnação desse fator acelerador da decadência, com seu estilo caótico e impermeável às lições da história. Aliás, a própria democracia, com suas guinadas e surpresas, é vista como uma desvantagem estratégica dos países ocidentais. Para persistir nas metáforas felinas, Trump é como um gato de Schröedinger, capaz de, simultaneamente, acelerar a morte e ampliar a sobrevida do império que caiu em suas mãos.
A comparação óbvia é com Juliano, o imperador romano que tentou frear o trem histórico do cristianismo e restaurou os cultos tradicionais — na verdade, era adepto do helenismo neoplatônico. De césar a augusto, Juliano reinou durante oito anos, de 355 a 363 da era cristã que brevemente interrompeu. Passou para a história, obviamente contada pelos vencedores, como Juliano, o Apóstata.
Juliano foi proclamado imperador pela tropa nas Termas de Cluny, o fabuloso complexo de banhos romanos que hoje fica no Cinquième, bairro chique da Rive Gauche de Paris, a poucos quarteirões da região onde comerciantes chineses dominam o atacado e o varejo. A impressionante expansão desses chineses reproduz o mesmo fenômeno que vai de São Paulo a Seul e pode ser verificado a olho nu pela unidade familiar padrão: pais, uma criança (excepcionalmente duas) e avó, cercados por um mar de malas. Por iniciativa própria ou a serviço de empresas chinesas que têm uma lista interminável de compras, essa unidade familiar se dedica, no exterior ou interior, às duas principais atividades que alimentam o novo império chinês: estudar e ganhar dinheiro.
Estudar é um meio de ascensão social e econômica na China desde os imperadores da era Han (os períodos históricos são qualificados de acordo com as dinastias), nos dois séculos anteriores e posteriores à era cristã no Ocidente. Passar no “exame imperial” dava acesso não apenas a um cargo público como a enorme prestígio social. Os mandarins foram mandarins na China desde 605. O termo, que passou a designar a própria língua dominante, além de virar sinônimo de alta burocracia, foi disseminado pelos portugueses.
A tradição de estudos ajuda num dos aspectos mais importantes da geopolítica chinesa: o investimento em alta tecnologia. O Shijian 13, que orbita a 40 000 quilômetros da Terra desde abril de 2017, fez a primeira experiência de um satélite com comunicação a laser, chegando a 5 gigabytes por segundo. O primeiro computador quântico do mundo, aquele que mudará os paradigmas, pode ser chinês. Só no Laboratório Nacional de Ciências da Computação Quântica em Hubei o governo colocou 10 bilhões de dólares. Esse tipo de computador usa o movimento das partículas subatômicas para fazer cálculos que poderão transformar desde a agricultura até a fabricação de carros, com materiais inexistentes hoje. Falando em agricultura: a voracidade de 1,3 bilhão de bocas obscurece o fato de que a China é o maior produtor agrícola do mundo, com torrentes de dinheiro irrigando métodos high-tech que estão tornando irreconhecível o método de produzir comida praticado continuamente há mais de 5 000 anos.
Foi o poder das tecnologias inovadoras e de ideias modernas, como a ambição de ganhar fortuna com o comércio ultramarino, que levou navegadores de um pequeno país europeu, de apenas 2 milhões de habitantes, a zarpar de Portugal e desembarcar em Cantão (hoje Guangdong), via Málaca, em maio de 1513. O Império do Centro, ou do Meio, a depender da tradução, mas sempre significando o centro do mundo, tinha 125 milhões de habitantes quando o português Jorge Álvares se tornou o primeiro ocidental em missão comercial a chegar à China (e oito anos depois lá ser “enterrado ao pé de um padrão de pedra com as armas do reino que ele mesmo ali pusera”).
A China reconstruída pela dinastia Ming vivia em magnífico e isolado esplendor para as elites, reconstituídas depois da invasão mongol, e ciclos de miséria ou extrema miséria para as massas. O comércio marítimo era regulamentado pelo Código Ming. Produtos estrangeiros só podiam ser importados através de determinados portos, havia restrições para o número de embarcações com dois mastros e as penalidades para infrações eram maiores do que nos casos de comércio doméstico feito por baixo dos panos — panos de algodão, uma vez que os comerciantes, que mesmo ricos continuavam no fim da escala social, haviam sido proibidos de usar roupas de seda.
O isolamento era produto de “uma grande guinada ideológica” que havia se acelerado na virada do século XVI, representado pela destruição da frota marítima de Zheng He, o maior navegador chinês. O historiador canadense Tim Brook descreveu em As Confusões do Prazer como “o comércio exterior passou a ser visto com suspeita”. Zheng He e os capitães eunucos tornaram-se desprezíveis. Os comerciantes chineses que operavam em outros países eram suspeitos, não sem razão, de se passar falsamente por representantes do imperador para impressionar a plateia e, claro, conseguir bons negócios.
Como muitos historiadores ocidentais fascinados por seu objeto de estudo, Tim Brook comete o erro de depreciar os feitos quase inacreditáveis dos grandes navegadores, cuja chegada ao Oceano Índico ele chama de “desastrosa” e compara a atos de pura pirataria. “Buscando tomar as extensas redes de comércio marítimo que muçulmanos e chineses operavam antes de sua chegada, os portugueses saquearam e afundaram praticamente todas as naves comerciais que encontraram entre 1500 e 1520 para tirar os competidores do mercado. Quando os portugueses capturaram o grande centro de comércio regional de Málaca, em 1511, chacinaram a grande comunidade de mercadores chineses que vivia lá”, escreveu Brook, citando um autor chinês que, um século depois, descreveu os três terrores da região litorânea: crocodilos, leopardos e portugueses.
Ironicamente, hoje são os chineses que têm a imagem de piratas, imbatíveis nas cópias e subcópias de tudo o que existe no planeta, surrupiadores de tecnologia alheia, sugadores de recursos naturais com voracidade que impressionaria até os bravos colonialistas britânicos que travaram não apenas uma, mas duas guerras para obrigar a China a consumir ópio em troca do chá, o insaciável vício inglês, desencadeando o trágico “século das humilhações”, a impotência chinesa diante das potências ocidentais.
“Em matéria de tecnologia espacial, a China tem um negócio chamado Made in China 2025”, diz, em sua inefável linguagem, Peter Navarro. “É basicamente um plano de metas para dominar todas as indústrias tecnológicas emergentes do futuro: inteligência artificial, robótica, fretes marítimos high-tech, aeroespacial. Se não tivermos essas indústrias, a América não terá futuro.”
Segundo Navarro, os chineses usam os seguintes métodos: “Eles roubam de nós. É roubo físico, via espionagem. É roubo cibernético. É roubo puro”. Mais: “Também praticam a transferência forçada de tecnologia. Se uma empresa americana quer produzir e vender no mercado chinês, em território chinês, a condição para o acesso a esse mercado é entregar a tecnologia. É um pacto com o diabo que não é bom para o país nem para a empresa”. Imaginem só: chamados historicamente pelos chineses de gueilos, ou demônios brancos, alguns ocidentais resolveram inverter o xingamento, contrariando praticamente todos os interesses dominantes, inclusive ou principalmente dos mercados.
Um dos aspectos mais interessantes da disputa pela hegemonia global é que a potência ascendente é o país mais antigo do mundo, com seus cinco milênios de continuidade acumulada. A potência declinante é um dos mais jovens, mais novo até do que o Brasil, considerando-se que a colonização dos EUA só começou de fato com a chegada do Mayflower, em 1620, e a independência foi declarada em 1776.
Será Donald Trump um Juliano que interrompe apenas brevemente o declínio inexorável de um império que teve mais grandeza imoderada do que todos os seus antecessores? Será Xi Jinping um novo Tang Taizong, o imperador que reinou de 626 a 649, quando a China era o maior e mais poderoso país do planeta, com uma participação de 58% no PIB mundial (nem perguntem como foi feita a conta; é especulativa, claro)?
O tumulto interno que a eleição de Trump desencadeou ou acentuou contrasta atualmente com a aparente tranquilidade que o imperador Xi, autodeclarado autor de “pensamentos” incorporados à ideologia oficial, consegue imprimir. Tudo pode virar, principalmente quando tudo parece estar indo tão bem: dificilmente algum chinês não terá isso em mente. “Lembrem-se de que às vezes não conseguir o que se quer é um magnífico lance de sorte”, diz um dos provérbios de Confúcio, ainda o mais influente pensador da China. Nas palavras de Oscar Wilde, magnífico mestre frasista: “Quando querem nos castigar, os deuses atendem às nossas preces”.
O que a China não tem: Gucci, Lady Gaga e até Gangnam Style
O poder da cultura, alta ou baixa, das ideias e da imaginação ainda é um dos pontos fracos de uma potência que quer ser não só grande, mas a maior de todas
Bolo de chocolate, 59 mísseis disparados do outro lado do mundo e os netinhos do presidente cantando em mandarim. Foi esse o menu do inesquecível jantar oferecido por Donald Trump a Xi Jinping em abril do ano passado. Num único ato, as mais incríveis manifestações de hard power e de seu irmão gêmeo, soft power, desdobraram-se de forma dramática no ambiente suntuoso de Mar-a-Lago, o palacete de praia que Trump comprou da milionária Marjorie Merriweather Post, herdeira de uma fortuna feita com cereais matinais, e restaurou com o luxo original exigido por uma construção listada como monumento nacional.
Hard power, obviamente, foi a chuva de mísseis que Trump mandou soltar numa base aérea síria em represália a um ataque com armas químicas. O ataque já estava terminado quando chegou a sobremesa, “o bolo de chocolate mais lindo do mundo”, na terminologia hoteleira do presidente. Trump achou, com razão, que deveria informar o visitante. Qualquer coisa fora do roteiro já costuma causar ansiedade em pessoas de cultura oriental, imagine um ataque a um país com o qual os EUA não estão em guerra.
Já o soft power foi todo o resto: desde o espetacular campo de golfe (esporte que os quadros do Partido Comunista chinês são proibidos de praticar, para não passar recibo de ostentação) até o momento ternura em que Arabella e Joseph, filhos de Ivanka Trump e Jared Kushner, cantaram em mandarim para os visitantes. As crianças tiveram uma babá chinesa chamada XiXi e depois foram para uma escola de línguas em Nova York.
O gesto simpático causou um grande efeito positivo na China, onde a filha mais velha do presidente, chamada de “deusa I-Van-Ka”, tem um enorme fã-clube e uma fila maior ainda de empreendedores registrando produtos com o nome dela, obviamente sem licenciamento. O que nos leva à questão seguinte: por que a China, potência que fornece praticamente tudo ao resto do mundo, não tem marcas fortes? Nem músicas que façam sucesso global, num mundo em que até o sul-coreano Gangnam Style teve seu momento de glória? Atrizes em Hollywood, estilistas em Paris, top models, pensadores, escritores, prêmios Nobel, gênios high-tech?
Quando Xi Jinping retribuiu as gentilezas de Trump e abriu, excepcionalmente, a Cidade Proibida para um banquete, as duas primeiras-damas apresentaram um retrato interessante do soft power. Peng Liyuan é obviamente um veículo importante para a imagem que a China quer projetar: desenvolta, elegante e com carreira própria, como cantora do Exército, tendo chegado à patente de general. O fato de ter se apresentado aos soldados convocados para reprimir as manifestações de 1989 na Praça da Paz Celestial (de 108 a 10 400 mortos, num balanço impossível até hoje) não ajuda muito, mas ela tem prestígio na China. O vestido preto estilizado que usou na recepção aos Trump foi correto. Já Melania Trump apelou ao mesmo estilo de qipao (ou cheongsam, como é chamada a roupa feminina ocidentalizada), mas foi de Gucci estampado com acabamento de pele cor-de-rosa nas mangas. Um espanto que certamente apela muito mais às chinesas que, dispondo dos meios, unanimemente se enfileiram para comprar alguma coisa no estilo hiperdecorativo que faz o sucesso de Alessandro Michele para a grife italiana. Se a bolsa tem cobra, flores, lantejoulas, bordados ou tudo isso junto, na maioria das vezes estará pendurada no braço de uma turista chinesa.
Dos dez homens mais ricos do mundo segundo a lista da Forbes, um reflexo da capacidade de inventar negócios ou aparelhos eletrônicos sem os quais ninguém pode viver, nenhum é chinês. Depois de Jeff Bezos, Bill Gates, Warren Buffett, Bernard Arnault, Mark Zuckerberg, Amancio Ortega, Carlos Slim, Charles Koch, David Koch e Larry Ellison, Ma Huateng (45 bilhões de dólares, conglomerado de internet) aparece em 17º lugar. Jack Ma (39 bi, com o Alibaba, que não abre espaço de jeito nenhum para a Amazon, de Bezos) está em vigésimo.
Algumas das grandes vantagens competitivas da China, como estudo, disciplina, respeito aos mais velhos e aos superiores, entre outros princípios confucionistas, pesam também no sentido contrário, ao frear fatores fundamentais do soft power como imaginação, criatividade, experimentação, gosto pelo risco e, em última instância, cara de pau para errar e não se sentir socialmente destruído. Até nos EUA está sendo discutido “por que os chineses não são cool”, a propósito dos mecanismos discriminatórios usados na Harvard para vetar os brilhantes estudantes orientais (caem todos no quesito “personalidade envolvente” e outros subjetivismos).
Apenas um exemplo de como o poder cultural dos EUA continua imbatível: suecos semianônimos são os autores da maioria das músicas pop de grupos e cantores como Backstreet Boys, Britney Spears, Lady Gaga, The Weekend, Katy Perry e uma longa lista. Os compositores escandinavos clonam os estilos fadados ao sucesso e os reproduzem em múltiplas variações. Não copiam nem plagiam. Na verdade, inventam novas versões da mesma coisa. O Grande Salto Adiante do soft power será dado quando aparecer uma Poker Face composta na China. Confúcio nos proteja dessa, pois ninguém vai escapar.
Publicado em VEJA de 1º de agosto de 2018, edição nº 2593