Leitor
Em vez de massacrarmos pessoas preconceituosas, devemos educar, orientar e ajudá-las a perceber seus vieses inconscientes. Alexandra Loras, São Paulo, SP
Assuntos mais comentados
- Thiago de Souza Amparo (Entrevista, Páginas Amarelas)
- Bolsonaro x Bebianno
- Reforma da Previdência (capa)
- Artigo de Roberto Pompeu de Toledo
- Os casos de abuso sexual na Igreja
PREVIDÊNCIA
É ponto pacífico que a Previdência tem de mudar para sobreviver (“Ataque aos privilégios”, 27 de fevereiro). Entretanto, dada a saraivada de comentários que se ouve por aí, fica a impressão de que o servidor público é o único responsável pelo rombo. Não é bem assim, porque ele continua contribuindo, mesmo depois de aposentado. Compare com os militares: sem entrar no mérito dos reais perigos da carreira, eles podem receber, depois de reformados, muito mais do que o teto hoje vigente.
Maria do Carmo Zaffalon Leme Cardoso
Bauru, SP
Em todos os governos, sem exceção, a Previdência sempre foi uma caixa-preta. Pergunto: quanto realmente o INSS arrecada por ano? Alguém sabe? Vale lembrar que o governo arrecada não apenas de quem contribui mensalmente, mas também de quase todas as transações que são feitas neste país. São rios de dinheiro. E os grandes devedores, quanto realmente devem? E a montanha de reais que vai para projetos estranhos à Previdência? Quais são esses projetos? Quanto efetivamente abocanham? Gostaria de ter acesso a uma planilha que contenha todas essas informações.
Dimas Sampaio Peixoto
Salvador, BA
Há, nas redes sociais, manifestações de trabalhadores rurais contra a reforma da Previdência. Senhores congressistas, não cedam às pressões, basta de paternalismo. Essa reforma precisa ser ampla. Contribuir para não submergir.
Jeovah Ferreira
Taquari, DF
Se há que esperar pelo texto dos militares para enviar o projeto de reforma da Previdência para o Congresso, em nome do “todos são iguais perante a lei”, há que esperar, também, a versão do povo brasileiro, que, certamente, não baterá com a do governo, muito menos com a dos militares.
Elizio Caliman
Brasília, DF
BOLSONARO
O presidente Jair Bolsonaro alegou questão de foro íntimo para exonerar Gustavo Bebianno (“Mania de perseguição”, 27 de fevereiro). Ele tem assegurada a liberdade de demitir. Mas atos como a demissão de um ministro não podem dar-se por personalismos nem razões pessoais, mas sim por motivos de interesse público ou patriótico.
Jacyra Vargas Superti
Santa Maria, RS
Unanimidade não é bom, tem de haver oposição, mas o que estão fazendo com Bolsonaro e família é uma vergonha. Grande parte da imprensa só sabe bater e faz de tudo para jogar a opinião pública contra o atual governo.
Carlos Humberto Scigliano
Ilhéus, BA
“O professor Rodrigo Cássio desperdiçou duas páginas de VEJA falando da aparência e da falta de estilo do presidente. Deveria ter gasto sua erudição com o conteúdo das ações que o governo vem tomando para levar o país a um novo patamar de civilização.” (“É a imagem, estúpido!”, 27 de fevereiro)
Júlio César Drummond, Belo Horizonte, MG
THIAGO DE SOUZA AMPARO
A formação da sociedade brasileira é multirracial e multicultural. Desde o descobrimento, grupos étnicos procedentes das mais variadas culturas aqui se encontraram, estabeleceram relações, exerceram e continuam a exercer uma influência recíproca muito saudável para a riqueza da nossa diversidade. Nesse contexto, o conceito de apropriação cultural é equivocado. A pretensão idealista de delimitar uma certa “pureza” de usos e costumes que seriam característicos apenas de determinado grupo e que, por suposto direito, deveriam ser uma manifestação exclusiva dele não tem nenhum efeito prático além de contrapor grupos dentro da sociedade. Todos nós, continuamente, nos apropriamos de bens culturais que podem não ter nenhuma conexão com nossa ancestralidade (“Não é vitimismo”, Páginas Amarelas, 27 de fevereiro).
José Roberto Sales
Varginha, MG
A entrevista do doutor Thiago de Souza Amparo, ao criticar o uso de turbantes por mulheres brancas, é reveladora de preconceito, e este deve ser abominado venha de quem vier. Exigir que o uso de tal ou qual roupa, ou adereço, deva ser restrito por necessário pressuposto de “ancestralidade” leva à ridícula conclusão de que, pela mesma razão, ele deveria andar descalço. Já passa da hora de parar com essa mentalidade policialesca.
Luiz Carlos de Souza
São Paulo, SP
Em vez de atacarmos e massacrarmos as pessoas que tiveram atitudes notadas como preconceituosas, precisamos educar, orientar e ajudá-las a perceber seus vieses inconscientes, de modo a se tornarem antirracistas conscientes.
Alexandra Loras,
ex-cônsul da França em São Paulo
São Paulo, SP
ROBERTO POMPEU DE TOLEDO
Excelente o enfoque do jornalista Roberto Pompeu de Toledo (“Foro íntimo”, 27 de fevereiro). Estamos de fato com um país envenenado e dividido. Se não houver união, caminharemos para mais um fracasso, mesmo com a aprovação da reforma da Previdência. Quem deve dar o primeiro passo de pacificação é o governo, o presidente Bolsonaro. Mas noto que os que o cercam esperam que isso parta do outro lado. O governo tem de ser protagonista dessa mudança de rumo.
Ivan Esaú dos Santos
Volta Redonda, RJ
Tenho 87 anos. Assinante de VEJA há muitos anos, começo a leitura sempre pelo artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Sempre lúcido.
Josephina Kern
Porto Alegre, RS
VATICANO
A Igreja Católica precisa entender que sua sobrevivência depende da verdade com que agirá. Não haverá perdão para a omissão (“A Igreja tem salvação?”, 27 de fevereiro).
José Ribamar Pinheiro Filho
Brasília, DF
Se o papa Francisco quisesse uma mudança profunda e relevante na modernização da Igreja, principalmente em relação ao comportamento sexual dos padres, bastaria liberar o casamento para padres e freiras. A proibição foi criada pela Igreja Católica, e não pela palavra de Deus.
Lourival Oliveira
Sumaré, SP
Publicado em VEJA de 6 de março de 2019, edição nº 2624