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Em muitos palcos

Com sua vocação vanguardista, a atriz, produtora e ativista Ruth Escobar promoveu em seu teatro montagens históricas e manifestações contra a ditadura

Por Da Redação Atualizado em 6 out 2017, 06h00 - Publicado em 6 out 2017, 06h00

Nos palcos para lá de conturbados das décadas de 60 e 70 do Brasil, uma das personagens de maior protagonismo foi uma portuguesa: Ruth Escobar. Nascida Maria Ruth dos Santos na cidade do Porto — o sobrenome célebre veio do casamento com o dramaturgo Carlos Henrique Escobar —, ela desembarcou no país em 1951, junto da mãe. Em 1959 seguiu para a França disposta a iniciar os estudos de dramaturgia, pensando em se tornar atriz. Tornou-se, é verdade, mas não ficou nisso. Ruth, que morreu em São Paulo na quinta-feira 5, aos 81 anos, depois de uma longuíssima batalha contra o Alzheimer, exerceu no Brasil muitos papéis além daqueles que a carreira de atriz lhe proporcionou: foi produtora, ativista — cultural, política, feminista —, além de deputada estadual pelo autêntico PMDB (1983-1991). Esteve, literalmente, em muitos palcos.

O do teatro, claro, era seu habitat. Quando retornou da temporada francesa, Ruth formou a companhia Novo Teatro. Em 1964, deu início a um trabalho pioneiro na periferia de São Paulo: adaptou um ônibus, que se transformava em palco, num projeto que ganhou o título de Teatro Popular Nacional. No mesmo ano, inaugurou o Teatro Ruth Escobar. Com sua vocação vanguardista, promoveu nele festivais internacionais, montagens históricas — como a de O Balcão, de Jean Genet (1969) — e ruidosas manifestações contra o regime militar, incluindo a formação de um comitê da Anistia Internacional. Em 1987, publicou suas memórias, Maria Ruth — Uma Autobiografia. Na década seguinte, participou do projeto de fundação da Rosa dos Tempos, a primeira editora do país dedicada à mulher — um papel que desempenhou com raro vigor.

Publicado em VEJA de 11 de outubro de 2017, edição nº 2551


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