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É o que sobrou

Bolsonaro fecha com partido nanico que lhe dará menos de dez segundos de tempo de TV e pouco menos de R$ 10 mi do fundo partidário. Mas sonha com coligações

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 mar 2018, 06h00 - Publicado em 9 mar 2018, 06h00

Depois de romper com o PSC, anunciar um namoro com o Patriota e flertar com o PR, o deputado Jair Bolsonaro se casou de papel passado com o nanico Partido Social Liberal (PSL) — entre todos os pretendentes, o menor e o mais pobre, mas o único que topou atender a todas as suas exigências. Além de legenda para se candidatar ao Planalto, Bolsonaro tem a presidência nacional do PSL, dois terços de sua executiva, todos os diretórios estaduais da sigla e o controle do fundo partidário. Não que isso signifique grande coisa. Até a semana passada, a bancada do PSL se resumia a três deputados. O repasse previsto dos cofres públicos não passa de 10 milhões de reais (o PT deve ter direito a 212 milhões) e o tempo de TV, por ora, restringe-se a míseros oito segundos por bloco, segundo estimam os aliados — um décimo do tempo mínimo que deve ter o PSDB. Para o capitão do Exército, agora oficialmente em seu nono partido, nada disso importa. “Eu não sou bom, mas os outros são muito ruins”, disse na cerimônia de filiação ao PSL, na quarta-feira.

(./VEJA)

Bolsonaro prometeu levar quinze deputados para a legenda. Até quinta-­feira, tinha arregimentado nove, entre os quais seus filhos, Eduardo, deputado federal por São Paulo, e Flávio, deputado estadual pelo Rio. Chamado de Mito Júnior ou Mitinho, Eduardo é, dos quatro filhos do deputado, o mais próximo dele. Com especialização em economia, foi um dos responsáveis por aproximar o pai das ideias liberais e defende a diversificação do discurso do presidenciável. Já o primogênito, Flávio, e o irmão Carlos acham que o deputado deveria se concentrar nas questões de segurança pública. Para eles, as mensagens pró­-reforma e anticorporativistas podem acabar por diluir o que consideram ser a melhor pauta do deputado. O filho caçula, Jair Renan, de 19 anos, é o único que não participa das atividades políticas do pai. Ele e o irmão Eduardo mal se falam.

Fora do âmbito familiar, o advogado Gustavo Bebianno, o deputado Fernando Francischini e o economista Paulo Guedes são os principais conselheiros do capitão da reserva. Guedes tomou como missão convencer o mercado de que o Bolsonaro estatizante é “coisa do passado”. O economista diz que pretende ser uma espécie de “Carta aos Brasileiros viva” do candidato. “Espero que os meus trinta anos como liberal valham mais do que uma cartinha escrita pelo Lula.” A disputa será resolvida nas urnas.

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Mesmo aliados do deputado creem que ele alcançou o teto de popularidade e só vai ultrapassá-lo se conseguir expandir sua campanha para além das redes sociais. Para isso, será fundamental fazer coligações com partidos que aumentem seu tempo de TV. Até agora, com pouca estrutura, Bolsonaro conseguiu se manter em segundo lugar nas pesquisas (veja o gráfico acima). O problema para ele é que, faltando sete meses para a eleição, pesquisa não quer dizer muita coisa.

 

Publicado em VEJA de 14 de março de 2018, edição nº 2573

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