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Datas: Lya Luft, Richard Leakey e Viktor Saneyev

A escritora e colunista que buscava o sentido das coisas, o paleontólogo queniano e o gênio do salto triplo

Por Da Redação Atualizado em 7 jan 2022, 09h43 - Publicado em 7 jan 2022, 06h00

A escritora e tradutora gaúcha Lya Luft aprendeu a falar alemão antes do português, até o idioma ser banido das relações sociais com a eclosão da II Guerra e a ascensão do nazismo. Filha de imigrantes estabelecidos na cidade de Santa Cruz do Sul, logo cedo foi na contramão para uma menina de seu tempo. Preferia ler Goethe no original a aprender a cozinhar e costurar. Formou-se em pedagogia e letras anglo-germânicas pela PUCRS e logo passou a traduzir autores como Virginia Woolf e Rainer Maria Rilke. Escreveu poemas e contos, mas só estreou como romancista em 1980, aos 42 anos, com As Parceiras. Era o início de uma carreira bem-sucedida na literatura. Perdas e Ganhos, de 2003, misto de ensaios e memória, vendeu mais de 600 000 exemplares.

Mas foi como colunista de VEJA, a partir de 1996, que ela ganharia alcance nacional, buscando sentido no que parecia inexplicável. Eis o que ela escreveu em A Força das Palavras, coluna de 1996: “Sou dos que optam pela palavra sempre que é possível. Olho no olho, às vezes mão na mão ou mão no ombro: vem cá, vamos conversar? Nem sempre é possível. Mas, em geral, é melhor do que o silêncio crispado e as palavras varridas para baixo do tapete. Falar é também a essência da terapia: pronunciando o nome das coisas que nos feriram, ou das que nos assustam mais, de alguma forma adquirimos sobre elas um mínimo controle. O fantasma passa a ter nome e rosto, e começamos a lidar com ele”. Lya morreu em 30 de dezembro, aos 83 anos. Lutava contra um melanoma.

A origem da humanidade

Saberíamos menos de nós mesmos, como seres humanos, não fosse o trabalho do paleontólogo e conservacionista queniano Richard Leakey. Ele foi o responsável por encontrar os restos mortais dos primeiros hominídeos conhecidos até hoje. Ao escavar o Lago Turkana, as equipes lideradas por Leakey fizeram descobertas fundamentais. Em 1972, encontraram os primeiros crânios de Homo habilis, com cerca de 1,9 milhão de anos. Em 1984, localizaram o mais completo exemplar de um Homo erectus, de 1,5 milhão de anos. Graças a Leakey o mundo hoje aceita a ideia de os primeiros humanos terem surgido no continente africano. Ele morreu em 2 de janeiro, em Nairóbi, no Quênia, aos 77 anos, de causas não reveladas.

O gênio do salto triplo

OPONENTE - Saneyev em 1972: um obstáculo para os brasileiros -
OPONENTE - Saneyev em 1972: um obstáculo para os brasileiros – (Mychele Daniau/AFP)

O soviético Viktor Saneyev, nascido na Geórgia, foi um dos grandes atletas da história. Único tricampeão olímpico do salto triplo, era sempre uma sombra para os brasileiros que brilharam na modalidade entre os anos 1960 e 1980. A primeira medalha de ouro foi em 1968, numa prova espetacular, em que os recordes mundiais foram batidos nove vezes. O brasileiro Nelson Prudêncio, um dos recordistas, levou a prata. No bicampeonato dos Jogos de Munique, em 1972, ele deixou para trás o alemão Jörg Drehmel e, novamente, Prudêncio. Quatro anos mais tarde, em Montreal, subiu ao lugar mais alto do pódio ao lado do americano James Butts e de João do Pulo, o terceiro colocado. Na Olimpíada de Moscou, em 1980, Saneyev conquistou a prata, numa jornada polêmica. Um dos saltos de João, que lhe daria o ouro, foi anulado pelos juízes. “Roubaram meu ouro”, diria no ônibus, de volta para a Vila Olímpica. Saneyev morreu aos 76 anos, em 3 de janeiro, na Austrália.

Publicado em VEJA de 12 de janeiro de 2022, edição nº 2771

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